O prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, declarou que a cidade está uma zona de desastre nesta quarta-feira (13), depois que a segunda maior enchente já registrada atingiu a cidade italiana pela madrugada. A mídia local relatou ao menos duas mortes. Uma das vítimas, moradora de Pellestrina, morreu ao ser atingida por um raio enquanto usava uma bomba de água elétrica, informou o Corpo de Bombeiros.
Autoridades municipais disseram que o nível da água chegou a 187 centímetros às 22h50min de terça-feira (12), pouco abaixo do recorde de 194 centímetros, de 1966.
Imagens noturnas mostraram uma torrente de água atiçada por ventos fortes se arrastando pelo centro da cidade. Luca Zaia, governador da região de Vêneto, descreveu uma cena de "devastação apocalíptica". O prefeito Luigi Brugnaro disse que a situação é dramática.
"Pedimos ao governo que nos ajude. O custo será alto. Este é o resultado da mudança climática", escreveu no Twitter.
A praça de São Marcos ficou debaixo de mais de um metro de água, e a Basílica de São Marcos, adjacente ao local, foi inundada pela sexta vez em 1.200 anos. Brugnaro disse que a basílica sofreu "danos graves", mas não havia detalhes disponíveis sobre seu interior essencialmente bizantino, famoso por seus mosaicos ricos.
O procurador do prédio, Pierpaolo Campostrini, recordou que, em toda a história da basílica — construída em 828 e reconstruída em 1063, após um incêndio —, o vestíbulo só havia sido inundado em cinco ocasiões. No entanto, três dessas ocorrências aconteceram nos últimos 20 anos.
Uma barreira anti-inundação foi concebida em 1984 para proteger Veneza do tipo de maré alta que arrasou a cidade na terça-feira, mas o projeto de vários bilhões de euros, conhecido como Mose, vem sendo assolado a escândalos de corrupção e ainda não está em operação.