Dois ladrões roubaram joias com diamante e rubi avaliadas em um bilhão de euros de um museu de Dresden, no leste da Alemanha, na madrugada desta segunda-feira (25). A informação foi confirmada pela diretora da instituição, Marion Ackermann.
Os invasores cortaram o fornecimento de eletricidade no Museu Grünes Gewölbe (cofre verde) — que abriga uma das maiores coleções de joias barrocas da Europa e fica localizado dentro de um castelo, o Palácio Real —, e roubaram três peças do século 18, fugindo logo em seguida.
Pouco antes do roubo, um incêndio destruiu um transformador elétrico perto da instituição, interrompendo o sistema de alarme. Os investigadores, no entanto, se recusaram a vincular os dois eventos. A polícia isolou o museu e disse que ainda estava tentando descobrir quais peças exatamente foram roubadas.
— Nós não identificamos um criminoso e nem fizemos nenhuma prisão — disse o porta-voz Marko Laske.
O roubo foi um golpe para todo o Estado, disse o ministro presidente da região da Saxônia, Michael Kretschmer.
— As obras no museu e no palácio foram construídas pelo povo da Saxônia com muitos séculos de trabalho duro — disse ele.
— Estamos surpresos com a brutalidade do roubo — admitiu a diretora do museu, Marion Ackermann, em coletiva de imprensa. Ela fez alusão a um prejuízo de valor histórico e cultural "incalculável". Ela não pôde fornecer uma estimativa quantificada do prejuízo.
— Não podemos reduzir a um valor porque as peças não estão à venda — disse Ackermann.
Segundo as autoridades dos museus da cidade, os ornamentos roubados eram "parte do patrimônio cultural do mundo".
Dada a notoriedade das peças, as joias dificilmente podem ser comercializadas no mercado. Desta forma, as autoridades do museu acreditam que os ladrões podem querer reciclá-las de outra maneira.
— Isso seria terrível — afirmou a diretora do museu.
Quais eram as joias
Os ladrões conseguiram entrar no câmara verde de Augusto II da Polônia, que reinou no século XVIII. A partir de 1723, Augusto II da Polônia depositou no local peças do Renascimento e do Barroco.
Construído no século XVI, o museu possui uma das maiores coleções de joias antigas da Europa. Possui peças únicas de ourives, pedras preciosas, porcelanas, esculturas de marfim ou âmbar, bronzes ou outras pedras preciosas.
Parte do museu, um das mais antigos da Europa, foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial durante o bombardeio dos Aliados de 13 de fevereiro de 1945, antes de ser reconstruído. O Exército Vermelho havia apreendido uma parte das obras, levadas à União Soviética, antes de ser repatriadas em 1958 para Dresden, uma das principais cidades da antiga Alemanha Oriental. O museu foi reformado em 2004. As coleções antigas estão localizadas no térreo, onde o roubo foi cometido, e o primeiro andar recebe exposições temporárias.
Uma das peças mais importantes do museu, um diamante de 41 quilates, está atualmente em exposição no Metropolitan Museum, em Nova York.
Este é o segundo roubo de relevância na Alemanha nos últimos anos, depois o de uma peça de ouro gigante de 100 quilos em 2017, avaliada em cerca de 3,75 milhões de euros, no Bode-Museum de Berlim. Vários suspeitos desse roubo estão sendo processados, enquanto a peça, ao que parece, foi fundida.