Várias manifestações ocorreram nesta sexta-feira à noite em Madri e em outras cidades espanholas para denunciar a violência machista e as agressões sexuais contra as mulheres, em um clamor por medidas mais estritas.
Desafiando a chuva, milhares de manifestantes, em sua maioria mulheres, se concentraram na cêntrica praça Puerta del Sol em Madri, em uma convocatória organizada por movimentos feministas.
"Estão nos assassinando", "não existe justificativa" e "a vida das mulheres importa", foram alguns dos gritos das manifestantes que seguravam velas ou utilizavam a lanterna de seus telefones celulares para homenagear as vítimas.
Concentrações similares ocorreram em outras cidades, como San Sebastián (norte), Sevilha (sul) e nas Ilhas Canarias.
Estes protestos chegam após vários casos midiáticos de estupros e um aumento do número de mulheres assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros.
"Este verão foi bárbaro, com dados de violência de gênero assustadores para um estado que conta com leis pioneiras", afirmou à emissora de rádio Cadena Ser a ativista Covadonga Peremarch, porta-voz do coletivo Urgencia feminista, impulsor das concentrações.
Um total de 42 mulheres morreram vítimas da violência machista desde o início do ano na Espanha, 19 delas durante o verão, segundo dados do Ministério do Interior.
O Congresso espanhol adotou em 2004 a primeira lei na Europa contra a violência machista, estabelecendo assistência jurídica gratuita e tribunais especiais para as vítimas.
O Parlamento espanhol aprovou por unanimidade em 2017 novas medidas contra este problema.
Apesar destas políticas, 1.017 mulheres foram assassinadas na Espanha por seus companheiros ou ex-companheiros desde que se começou a registrar esse tipo de homicídio, em 2003.
* AFP