O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de "mentir" e não ter provas em seu último relatório sobre possíveis execuções extrajudiciais e torturas no país petroleiro.
No relatório, apresentado na segunda, ela "repete mentiras, mentiras e mentiras, sem mostrar provas, sem comprová-las, sem depoimentos, sem nada, Michelle Bachelet mente, mente", afirmou o mandatário socialista em discurso na rádio e na TV.
Bachelet apresentou, diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, um novo relatório severo sobre a situação na Venezuela, no qual disse documentar possíveis execuções extrajudiciais de uma unidade especial da polícia, conhecida como FAES, torturas e maus-tratos de pessoas "arbitrariamente privadas de sua liberdade, em particular de militares".
Em um primeiro relatório apresentado em 5 de julho, Bachelet denunciou a "erosão do Estado de Direito" na Venezuela, alertando também que as sanções internacionais agravaram a crise no país.
Maduro afirmou que Bachelet continua "mentindo", apesar de seu governo ter dado "números oficiais" sobre a situação no país, mergulhado na pior crise socioeconômica de sua história moderna, que causou o êxodo de 3,6 milhões de pessoas desde o início de 2016.
"O que Michelle Bachelet tem contra a Revolução Bolivariana? O que ela guarda contra nós? Por que sua inveja? Por que sua mesquinhez, sua atitude negativa? Michelle Bachelet, arrependa-se", disse Maduro.