O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu reduzir a taxa básica de juros do país para o intervalo de 1,75% a 2% ao ano, como amplamente esperado pelo mercado. É o segundo corte neste ano e também a segunda redução desde a crise de 2008.
A decisão desta quarta antecede o posicionamento do Banco Central brasileiro para a taxa Selic, que será anunciado após o fechamento do mercado. A expectativa é de um corte de 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano.
O BC dos EUA retomou seu ciclo de corte de juros em meio ao receio de que a guerra comercial travada há mais de um ano pelo presidente americano, Donald Trump, contra a China poderá trazer consequências negativas para a economia do país. A expectativa do Fed é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,1% em 2019 e 2% no próximo ano.
Trump voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, no Twitter, afirmando que o líder do BC americano não tem "culhões". "Jay Powell e o Fed fracassaram novamente", escreveu. O presidente americano pressiona por reduções ainda maiores de juros.
No comunicado, o Fed ressaltou que a decisão é compatível com o crescimento moderado da atividade econômica, com o mercado de trabalho sólido e com a inflação perto da meta de 2% ao ano. Ao mesmo tempo, a entidade afirma que as incertezas permanecem no radar. O BC americano disse ter levado em consideração, ainda, as consequências do cenário global para as previsões econômica, assim como a ausência de pressões inflacionárias.
O Fed iniciou o ciclo de corte de juros dos Estados Unidos em uma antecipação aos potenciais danos que a guerra comercial travada pelo presidente Donald Trump com a China podem trazer para a economia.
Não houve consenso entre os membros do Fed nesta reunião: um membro sugeriu corte ainda mais agressivo, para o intervalo de 1,50% a 1,75%, enquanto outros dois votaram pela manutenção da taxa em 2% a 2,25%.
Na Alemanha, a desaceleração do comércio global colocou a economia do país em recessão.