Chanceleres e representantes de quase 60 países debaterão nesta terça-feira (6) em Lima, no Peru, uma solução para a crise na Venezuela, um dia depois de Washington congelar todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos.
A "Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela", convocada pelo Grupo de Lima, contará com uma delegação de alto nível enviada pelo presidente americano Donald Trump, mas não terá representantes dos países que apoiam o governo de Nicolás Maduro, como Cuba, Rússia, China e Turquia, que rejeitaram o convite.
Trump enviou a Lima o secretário do Comércio, Wilbur Ross, e o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, que afirmou na segunda-feira (5) que chegou o momento de avançar para uma "transição de poder de Maduro a Juan Guaidó" — o líder opositor reconhecido como presidente interino da Venezuela por 50 países.
— Esta reunião será muito emblemática para reafirmar o apoio da comunidade internacional à presidência interina de Juan Guaidó — declarou o assessor para a América Latina no Conselho de Segurança Nacional de Trump, Mauricio Claver-Carone, que integra a delegação americana. — Também vamos falar sobre o que faremos no dia um, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder — completou.
Trump congelou na segunda-feira todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos, que agora "estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados ou manejados". Washington não aplicava uma medida deste tipo contra um país do continente americano há três décadas, algo semelhante às sanções impostas a Coreia do Norte, Irã e Síria.
Anteriormente, o governo dos Estados Unidos adotou tal medida contra a Cuba de Fidel Castro em 1962, a Nicarágua no primeiro governo de Daniel Ortega, em 1985, e o Panamá em 1988, no período do general Manuel Antonio Noriega. Apenas as sanções contra Havana permanecem vigentes.
O encontro acontecerá em um hotel de Lima e terá a presença, entre outros, de representantes do Vaticano, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Israel, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e 18 países latino-americanos.