A moeda argentina desvalorizou-se 2,47% nesta terça-feira, fechando com câmbio a 58,66 pesos por dólar, e a Bolsa de Buenos Aires recuou 4,74% em uma sessão volátil.
A depreciação da moeda ocorreu paralelamente a um dia de pregão agitado, com quedas de até 11,95% para a Transportadora de Gás do Norte, o pior desempenho no painel das principais ações, em que nenhuma ação registrou alta.
As quedas acontecem no dia seguinte ao candidato peronista de centro-esquerda Alberto Fernández, favorito das eleições presidenciais de 27 de outubro, criticar duramente o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Estamos em uma situação tão volátil que uma declaração causa essas mudanças abruptas", disse à AFP Martín Vauthier, da empresa Ecogo.
Fernández e seus conselheiros econômicos se reuniram na segunda-feira em Buenos Aires com uma missão do FMI, que em 2018 concedeu um empréstimo de 56 bilhões à Argentina em troca de um severo programa de ajuste fiscal.
"O empréstimo recebido pelo país e o conjunto de condicionalidades associadas a ele não geraram nenhum dos resultados esperados", disse a coalizão de Fernández em um comunicado após a reunião.
A missão do FMI chegou à Argentina no sábado para contatos exploratórios antes de enviar a revisão técnica para autorizar a próxima parcela planejada de 5,4 bilhões de dólares em 15 de setembro.
Nesta terça-feira, 1,251 bilhão de pesos (cerca de 21 milhões de dólares) foram negociados na Bolsa de Valores de Buenos Aires.
O nível de risco país medido pelo JP Morgan, ultrapassou 1.900 pontos.
"O que podemos projetar é bastante negativo. A economia é muito frágil e se tornou muito mais frágil depois das primárias", em que Fernández obteve 47% dos votos, disse à AFP Matías Rajnerman, da Ecolatina.
* AFP