A empresa de segurança e infraestrutura digital Cloudflare anunciou no domingo que não continuará prestando serviços ao 8chan, bloqueando, portanto, fórum no qual o terrorista identificado como Patrick Crusius, que matou 20 pessoas em El Paso, no sul dos Estados Unidos, publicou um manifesto racista.
Em um post do blog corporativo da Cloudfare, Matthew Prince, presidente-executivo da empresa, descreveu o site como um "poço negro de ódio".
— O 8chan se encontra entre os mais de 19 milhões de sites da Internet que utilizam o serviço da Cloudflare. Acabamos de enviar um aviso de que estamos cancelando o 8chan — garantiu Prince.
— O motivo é simples: demostraram ser anárquicos, e essa anarquia causou diversas mortes trágicas. Mesmo se o 8chan não tiver descumprido a lei ao se negar a moderar sua comunidade cheia de ódio, criaram um ambiente que se deleita de violar seu espírito — completou Prince.
O fórum 8chan não tem moderação de conteúdo, o que tornou um ambiente prolífico para extremistas de direita, posts misóginos e teorias da conspiração. A medida da Cloudflare retira a segurança e outros serviços do 8chan, inviabilizando o acesso através de navegadores comuns de internet.
O 8chan estava offline na manhã desta segunda. Seu administrador, Jim Watkins, escreveu, no Twitter, que o fórum será migrado para um novo serviço. Esse novo serviço, entretanto, também bloqueou o acesso ao 8chan.
O suspeito, identificado pela imprensa como Patrick Crusius, publicou um manifesto racista no 8chan, que inclui trechos contra a "invasão hispânica" do Texas.
O fundador do 8chan, Frederick Brennan, que já cortou laços com o site, disse que ele deveria ser fechado. Atualmente, o portal é propriedade de Watkins, veterano de guerra americano que vive nas Filipinas.