O presidente Jair Bolsonaro foi questionado, nesta quarta-feira (31), sobre a possibilidade de impeachment do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que é alvo de questionamentos por um suposto acordo secreto com o governo brasileiro sobre a administração da hidrelétrica de Itaipu. A suspeita no Paraguai é de que a medida prejudica o país.
Questionado se declararia apoio a Benítez, Bolsonaro disse que ele "com toda a certeza vai ser reconhecido por todo o trabalho que está fazendo". Garantiu que a relação com o país vizinho é "excelente" e que está disposto a fazer um acordo sobre a hidrelétrica.
— Não é questão de ceder. Qual é o acordo lá atrás? Não é meio a meio? A princípio é por aí, algumas pequenas derivações a gente acerta aí — finalizou.
Na segunda-feira (29), o então ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Luís Castiglioni, renunciou ao cargo devido às polêmicas relativas ao acordo. Autoridades e legisladores disseram que o documento, que versava sobre a compra, pelo Paraguai, de energia da hidrelétrica de Itaipu até 2022, seria prejudicial para o país e custaria ao governo US$ 200 milhões.
As distribuidoras Ande (Paraguai) e Eletrobras (Brasil) acordam anualmente a contratação da energia elétrica procedente da usina binacional, uma das maiores do mundo.
Itaipu, que opera desde 1984, atualmente tem uma potência instalada de 14 mil megawatts. O Brasil consume cerca de 84% da energia da usina, o que representa 15% de toda a energia utilizada no país.
Os países se preparam para negociar o futuro de Itaipu com um importante adendo ao tratado fundador da hidrelétrica, que expirará em 2023.