O economista de 55 anos Gitanas Nauseda, um novato na política, venceu amplamente o segundo turno das eleições presidenciais na Lituânia. Sua rival Ingrida Simonyte reconheceu a derrota antes do fim da recontagem.
"Eu parabenizo Gitanas e lhes desejo sucesso em unir a nação lituana", disse Simonyte à TV pública LRT.
Nauseda obteve 73,02% dos votos contra 25,67% de sua rival, de acordo com os resultados de 1.005 centros de votação de um total de 1.972.
Ele sucederá Dalia Grybauskaite, que terminou seu segundo e último mandato.
A derrotada Ingrida Simonyte, deputada independente próxima aos conservadores e ex-ministra da Fazenda, liderou por pouco o primeiro turno, em 12 de maio.
Simonyte obteve 31,13% dos votos, contra 30,95% de seu rival. O atual primeiro-ministro, Saulius Skvernelis, ficou em terceiro com 19,72%.
Nestas eleições, que coincidem com as eleições para o Parlamento Europeu, os analistas apostavam em Nauseda devido à sua independência, sua ampla experiência política e à sua personalidade.
A Lituânia resiste à corrente eurocética. A maioria dos seus eleitores considera que a UE lhes trouxe prosperidade e segurança.
As questões da vida cotidiana dominaram a campanha eleitoral.
Os dois candidatos prometeram reduzir o profundo fosso entre ricos e pobres neste país báltico de 2,8 milhões de habitantes, dos quais cerca de 30% estão em risco de pobreza ou exclusão social.
O crescimento deve chegar a 2,7% do PIB este ano, bem acima da média de 1,1% nos 19 países da zona do euro, da qual a Lituânia faz parte.
Ambos economistas, os dois candidatos se comprometeram a distribuir as riquezas do país de maneira mais equilibrada.
No entanto, Simonyte manteve distância das promessas de Nauseda de um "Estado de bem-estar social".
Este ex-assessor bancário de 55 anos, casado e pai de dois filhos, prometeu trabalhar por uma "Lituânia preocupada com todos, não só com os privilegiados".
Os críticos, por outro lado, censuram-no por sua inexperiência política e suas ligações com o mundo dos negócios.
Simonyte, de 44 anos, pode contar com um forte apoio na capital.
Em 2009, como ministra das Finanças, foi a arquiteta das medidas de austeridade para lidar com a crise que reduziu a economia lituana em quase 15%. Ela impôs severos cortes nas aposentadorias e nos salários públicos. Um passado que pode influenciar seu resultado.
Liberal nas questões sociais, Simonyte apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, num país de maioria católica.
Jovita Kumstyte, de 45 anos, funcionária de uma empresa farmacêutica em Vilna, votará em "sua experiência política, suas posições liberais e por solidariedade feminina".
O presidente lituano dirige a diplomacia e a defesa, tem direito de veto, mas deve consultar o governo ou o primeiro-ministro para nomear altos funcionários.
Gitanas Nauseda e Ingrida Simonyte apoiam a adesão da Lituânia à UE e à OTAN, vistos como protetores contra a Rússia.
* AFP