O líder opositor Juan Guaidó convocou passeatas no sábado (4) até os principais quartéis da Venezuela em um novo desafio ao presidente Nicolás Maduro, após a rebelião militar frustrada de terça-feira (30). Guaidó, reconhecido como presidente interino por quase 50 países, afirmou na quinta-feira (2) à noite que será uma "mobilização nacional de paz" para pedir que as Forças Armadas "se unam à Constituição" e cessem o apoio ao atual regime.
"Continuar nas ruas é a única maneira de manter a atenção, pressão, ação da comunidade internacional, estimular a atuação constitucional das Forças Armadas e demonstrar aos que ainda respaldam o ditador que não existirá estabilidade enquanto seguir a usurpação", completou.
A convocação foi anunciada depois de Guaidó ter liderado, ao lado do opositor Leopoldo López, a rebelião de um pequeno grupo de militares na base aérea de La Carlota, em Caracas, denunciada por Maduro como uma tentativa de "golpe de Estado".
"(Esta ação) Ratifica que estamos na fase final de nossa luta e que a #OperaçãoLiberdade é imparável. O plano que realizamos deixa o regime frágil e o usurpador duvidando até de seu círculo mais próximo", afirmou o presidente do Parlamento, que se proclamou presidente do país em 23 de janeiro.
Guaidó, que perdeu a imunidade parlamentar por decisão da governista Assembleia Constituinte, se afastou de uma grande mobilização que havia convocado para o dia 1º de maio e, na quinta-feira, não apareceu em público.
Maduro, ao contrário, apareceu na televisão com o alto comando militar e 4,5 mil militares para anunciar uma ofensiva contra os "golpistas".
— Estamos em um combate, máxima moral (...) para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista — afirmou no Forte Tiuna, principal complexo militar do país, pedindo ainda que os militares não hesitem no momento de desarmar conspirações opositoras e dos Estados Unidos.
Quatro manifestantes da oposição morreram nos protestos desde terça-feira.