SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O partido Azul e Branco, principal opositor do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, reconheceu nesta quarta-feira (10) a vitória do partido governista Likud nas eleições gerais da véspera.
"Nós não vencemos esta rodada. Na oposição, faremos a vida do Likud um inferno", disse Yair Lapid, número 2 do partido centrista liderado por Benny Gantz.
Netanyahu continuará no poder graças ao apoio de partidos de direita, pois tanto o Likud quanto o Azul e Branco devem conquistar o mesmo número de assentos (35) no Parlamento.
Com 97% dos votos apurados, os resultados indicam que o Likud e um grupo de partidos aliados da direita terão 65 cadeiras do total de 120 do Parlamento, o suficiente para consolidar a maioria e formar o novo governo.
Já os partidos de esquerda, aliados do Azul e Branco, devem ter 55 cadeiras. O resultado final sai em alguns dias.
"Netanyahu, 69, deverá se tornar, ao final do ano, o premiê com mais tempo no poder na história do Estado de Israel, superando David Ben-Gurion (1886-1973). O premiê acumula 13 anos no cargo e ruma ao quinto mandato.
"É uma noite de vitória colossal", afirmou Netanyahu a apoiadores, na madrugada de quarta, em Tel Aviv.
O presidente dos EUA, Donald Trump, parabenizou o premiê pela vitória, a quem chamou de amigo e "aliado formidável". "Agora que Bibi [apelido do premiê] ganhou, veremos boas coisas em relação à paz", disse.
"Todo mundo disse que não pode haver paz no Oriente Médio entre Israel e os palestinos. Acho que temos uma oportunidade e, agora, temos uma oportunidade melhor."
Às vésperas das eleições, os EUA reconheceram a soberania israelense sobre as colinas de Golã, região tomada por Israel da Síria em 1967, e anexada em 1981, numa expressão de apoio ao premiê.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, expressou na terça desejo de que as eleições trouxessem paz e disse estar preparado para retomar as negociações se o direito internacional fosse respeitado. Mas, diante dos resultados, o negociador palestino, Saeb Erekat, disse que os israelenses disseram "não à paz".
"Os israelenses votaram para manter o statu quo. Disseram 'não' à paz e 'sim' à ocupação", avaliou Erekat em nota.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, afirmou que irá começar na próxima semana reuniões com partidos políticos que obtiveram assentos no Parlamento para saber quem indicam como premiê.
Rivlin afirmou que as sessões serão transmitidas ao vivo para "garantir a transparência". Ele então escolherá um líder partidário para formar uma coalizão, dando prazo de 28 dias --com a possibilidade de uma extensão de duas semanas.