Após a passagem do ciclone de Idai, esta quarta-feira (27) foi marcada como o primeiro dia em que os moradores isolados ao redor do rio Buzi, em Moçambique, receberam ajuda. Antes, as ONGs haviam se concentrado em cidades próximas a Beira — capital da província de Sofala — mas agora chegam às áreas que estavam esquecidas.
De acordo com o último balanço das autoridades, o ciclone e as inundações deixaram 468 mortos no país. Além disso, 1,8 milhão de pessoas também foram afetadas, segundo a a Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo boletim da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), equipes de emergência da instituição estão realizando atendimentos em Beira, aumentando progressivamente suas atividades:
— A cadeia de abastecimento foi rompida, criando restrições no suprimento de comida, água limpa e no fornecimento de cuidados médicos — afirmou Gert Verdonck, coordenador de emergências de MSF em Beira.
As autoridades de Moçambique também informaram, nesta quarta, o registro de cinco casos confirmados de cólera neste país da África Austral. Todos os pacientes estão na região de Beira, que comporta meio milhão de habitantes.
— Terá mais, porque cólera é uma pandemia. Quando há um caso, podemos temer outros — acrescentou o diretor nacional de Saúde, Ussein Isse, em entrevista coletiva. — Estamos pondo em marcha medidas preventivas para limitar o impacto dessa epidemia — frisou.
Com a confirmação dos casos de cólera, Verdonck afirmou que a organização já está em tratativas com o Ministério da Saúde para avaliar a possibilidade de apoiar uma grande campanha de vacinação contra a cólera na área.