Quase 80 túmulos de um cemitério judaico na cidade de Quatzenheim, no leste da França, foram encontrados profanados nesta terça-feira (19), no que as autoridades locais classificaram de "ato antissemita odioso". O caso ocorre no mesmo dia em que estão programadas diversas manifestações no país contra o aumento das agressões contra judeus.
O Ministério Público local informou que abriu uma investigação para tentar localizar os autores do crime.
Os túmulos foram pintados com suásticas azuis e amarelas. Em um das sepulturas estava escrito "Esassisches Schwarzen Wolfe" ("Os Lobos Alsacianos Negros"), uma possível referência a um grupo autonomista que agia na região nos anos de 1970.
O prefeito, Jean-Luc Marx, citado em um comunicado, condenou "com a máxima firmeza este odioso ato antissemita e expressou seu total apoio à comunidade judaica que foi atacada mais uma vez".
O presidente Emmanuel Macron anunciou que viajará ao local do crime, segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner. A viagem deve ocorrer antes de sua visita ao Memorial do Holocausto em Paris, que precederá muitos protestos contra o aumento dos atos contra judeus na França.
Segundo dados publicados na semana passada pelo Ministério do Interior, o número de atos antissemitas subiu 74% no país em 2018. No total, houve 541 atos antissemitas na França no ano passado, em comparação com 311 em 2017.
Macron não participará das marchas, mas seu primeiro-ministro, Edouard Philippe, estará presente junto a vários membros do governo em uma congregação em Paris às 19h (horário de Brasília) na praça da República.