Seis jornalistas da emissora Univisión, um dos principais canais hispânicos dos Estados Unidos, relataram que foram retidos em meio a uma entrevista em Caracas com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reportou o canal nesta segunda-feira (25).
— Imaginem, se isto acontece com correspondentes estrangeiros, o que acontece com os venezuelanos? — disse o mexicano Jorge Ramos em entrevista por telefone com a Univisión depois que ele e sua equipe foram liberados, à noite.
Pouco antes, a emissora tinha reportado que "a equipe de seis jornalistas da Univisión Noticias, encabeçada por Jorge Ramos, foi liberada após ter sido retida por quase três horas no Palácio de Miraflores desde a tarde desta segunda-feira por ordem de Nicolás Maduro".
A TV indicou que Maduro "se irritou com as perguntas de uma entrevista e determinou deter a gravação, apreender os equipamentos e reter os seis jornalistas".
Ramos, que já tinha protagonizado um bate-boca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no passado, contou que o ministro da Comunicação venezuelano, Jorge Rodríguez, lhes disse durante a entrevista que a mesma não estava autorizada.
— Confiscaram todo o nosso equipamento, não temos nada — relatou Ramos. — Esta é uma violação total à liberdade de expressão, uma violação aos direitos humanos; eles acreditam que a entrevista é deles, não nossa — prosseguiu.
O Departamento de Estado informou que tinha recebido uma notificação de que Ramos e sua equipe estavam retidos contra sua vontade no Palácio de Miraflores. "Insistimos em sua libertação imediata; o mundo está de olho", reagiu o Departamento de Estado no Twitter.
O senador Marco Rubio, defensor nos Estados Unidos da oposição venezuelana, repudiou o fato no Twitter dizendo que "este é um regime arrogante que se sente invulnerável e agora age com total impunidade".
A presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), María Elvira Domínguez, disse que esta ação "equivale a um sequestro". Os demais jornalistas foram María Martínez, Claudia Rendón, Juan Carlos Guzmán, Martín Guzmán e Francisco Urreiztieta.