Os deputados macedônios aprovaram nesta sexta-feira (11) mudar o nome do seu país pelo de "República da Macedônia do Norte", numa votação histórica com maioria de dois terços dos votos, que abre caminho para a solução de uma disputa com a Grécia.
Agora será a vez de Atenas, já que a mudança de nome não entrará em vigor até que os deputados gregos ratifiquem o acordo fechado no verão passado pelos primeiros-ministros macedônio, Zoran Zaev, e grego, Alexis Tsipras.
Em troca, a Grécia se comprometeu a suspender o veto à adesão da Macedônia à Otan e às negociações de adesão da União Europeia deste país balcânico de 2,1 milhões de habitantes.
"Sem acordo com a Grécia, não há Otan, nem UE", "mudei de opinião sobre a questão do nome, arriscando minha carreira política", "nós mantemos nossa identidade", disse, antes da votação, o social-democrata Zoran Zaev.
"Dentro de dez dias (...) quando os resultados (...) forem notificados e se constatarmos que tudo está em ordem, votaremos" para aprovar o acordo, reagiu Tsipras.
Por apenas um voto a mais que os necessários (81), os deputados macedônios aprovaram as quatro emendas constitucionais necessárias para aprovar a mudança de nome de seu país, que se separou da Iugoslávia em 1991.
Os gregos consideravam desde então que o nome 'Macedônia' devia ser exclusivo à sua província setentrional.
Acusavam seus vizinhos de querer usurpar seu legado histórico, especialmente a do imperador Alexandre Magno.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, cumprimentaram Zoran Zaev pelo resultado.
Estados Unidos e Alemanha foram além. O embaixador americano em Skopje, Jess Bailey, disse que seu país tem pressa de "receber a República da Macedônia do Norte como o 30º membro da Otan".
O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, otimista sobre a ratificação grega, antecipou que a Macedônia do Norte "poderá em breve entrar na Otan e iniciar discussões para ingressar na União Europeia".
Este voto positivo parece encerrar meses de um feroz combate político na Macedônia, após um referendo consultivo polêmico em 30 de setembro e uma longa batalha parlamentar.
Lideranças da oposição de direita (VMRO-DPMNE), que não participaram do debate iniciado na quarta-feira no Parlamento, denunciaram uma traição nacional.
Mas sofreram a deserção de alguns de seus membros, que votaram com os deputados social-democratas e aliados destes dos partidos da minoria albanesa (entre 20% e 25% da população).
Estes votos permitiram alcançar a maioria de dois terços com que a princípio não contava a coalizão no poder desde a primavera de 2017.
* AFP