Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (5) em Budapeste, na Hungria, contra o primeiro-ministro nacionalista conservador, Viktor Orban. O protesto reuniu 6 mil pessoas em frente ao Parlamento, entre eles, húngaros expatriados. Os manifestantes se opõem à adoção do governo, em dezembro, de uma lei de flexibilização do trabalho, à qual se referem como "Lei da Escravidão", por permitir que empresários solicitem aos funcionários que trabalhem até 400 horas extras por ano, equivalentes a dois meses de trabalho, pagáveis em até três anos.
A oposição também reclama da supressão de uma recente reforma de justiça que ameaça reduzir a independência dos magistrados. Além disso, pediram mais liberdade para os veículos de comunicação públicos, em um país frequentemente criticado por violar o Estado de direito.
As manifestações foram organizadas pelo conjunto dos partidos da oposição e dos sindicatos, assim como por ONGs. No entanto, o número de protestantes neste sábado foi inferior à expectativa dos organizadores, que esperavam reativar o movimento depois das festas de fim de ano.
Antes do Natal, eles conseguiram organizar dez dias de manifestações – algumas das quais marcadas por confrontos violentos.
— Queremos uma verdadeira mudança de regime, não estamos contra o governo, mas contra o conjunto do sistema — afirmou, neste sábado, o representante do partido liberal DK (oposição), Csaba Molnár.