A retirada de alguns milhares de militares estrangeiros do Afeganistão "não vai impactar a segurança", afirmou nesta sexta-feira a presidência, depois do anúncio de Washington sobre a retirada de um número "significativo" de soldados americanos do país.
"Caso se retirem do Afeganistão, isto não vai afetar a segurança, já que há quatro anos e meio os afegãos exercem pleno controle sobre a segurança", afirmou o porta-voz do presidente Ashraf Ghani, Haroon Chakhansuri, nas redes sociais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu retirar um número significativo de soldados americanos do Afeganistão, indicou na quinta-feira uma fonte do governo de Washington que pediu anonimato.
Quase 7.000 dos 14.000 soldados americanos presentes no Afeganistão deixariam o país, de acordo com os jornais Wall Street Journal e New York Times.
Estas forças atuam em uma missão da Otan em apoio aos militares afegãos e em operações separadas da luta contra o terrorismo.
A presidência afegã tentou minimizar nesta sexta-feira a importância do anúncio inesperado.
Uma retirada precedente de quase 100.000 militares estrangeiros em 2014 provocou temores sobre a "queda do Afeganistão", destacou o porta-voz da presidência, mas "nossas forças de segurança corajosas demonstraram, graças a seu sacrifício, que esta análise era falsa e defenderam a integridade territorial e nosso povo".
Este anúncio repentino, que acontece após "negociações de reconciliação" entre Estados Unidos e os talibãs afegãos esta semana em Abu Dhabi, surpreendeu altos funcionários e diplomatas entrevistados pela AFP em Cabul, que afirmaram estar preocupados com as consequências.
* AFP