As emissoras Fox News e NBC, assim como a rede social Facebook, pararam de divulgar, nesta segunda-feira (5), um vídeo de propaganda de Donald Trump que compara um criminoso mexicano com os migrantes da caravana de salvadorenhos e hondurenhos que estão a caminho dos Estados Unidos.
— Após analisar o tema, a Fox News retirou a propaganda ontem (domingo) e não aparecerá nem na Fox News nem na Fox Business Network — indicou a presidente de venda de espaços publicitários da emissora conservadora, Marianne Gambelli, em uma mensagem enviada à AFP.
O Facebook também mandou retirar a publicação da sua plataforma. Dias antes, a emissora CNN havia se negado a veicular a peça, por considerá-la racista. A NBC seguiu o mesmo caminho.
— Nos demos conta da natureza pouco delicada desta propaganda — disse à CNN um porta-voz da NBC.
Questionado a respeito nesta segunda-feira, o presidente Trump disse que não estava a par. Mas quando os jornalistas insistiram sobre esta propaganda chocante, respondeu:
— Muitas coisas são chocantes. As perguntas de vocês são chocantes.
O vídeo
A propaganda começa com imagens de Luis Bracamontes, um cidadão mexicano condenado à morte em abril pelo assassinato de dois policiais de Sacramento, capital da Califórnia, em 2014. Na ocasião, o acusado recebeu o veredito de culpado rindo, e prometendo que fugiria da prisão para "matar mais policiais".
As imagens da propaganda mostram partes desta cena junto com mensagens como "os Democratas os deixaram entrar em nosso país" e "os Democratas os deixaram ficar". Depois, o vídeo encadeia diretamente imagens das caravanas de imigrantes centro-americanos que tentam chegar à fronteira dos Estados Unidos com o México.
A propaganda também mostra cenas de imigrantes que derrubam portas com grades. "Quem mais os democratas vão deixar entrar?", encerra o vídeo, em direta alusão às eleições de meio de mandato, que começam nesta terça-feira (6) - pergunta o aviso, evocando o cenário de uma vitória eleitoral dos democratas nas eleições de meio de mandato desta terça-feira (6).
Filho de Donald Trump ataca CNN
Desde o início, a CNN se negou a difundi-la, o que foi criticado no sábado por Donald Trump Jr, filho do presidente republicano.
— Imagino que só passem informações falsas e não falarão das verdadeiras ameaças que não sirvam aos seus planos — disse.
— A CNN mostrou claramente em sua cobertura editorial que esta propaganda é racista. Quando propuseram nos pagar para difundi-la, nos negamos.