O Congresso peruano aprovou o relatório final da comissão do caso de corrupção Lava Jato, que recomenda denunciar 132 pessoas, entre elas os ex-presidentes Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski.
"O Congresso aprovou o texto do relatório da Comissão Investigadora Lava Jato, que determina a acusação de diversos delitos a 132 pessoas", informa um tuíte do poder legislativo.
"No relatório estão envolvidas sete empresas construtoras", acrescenta o Congresso.
O informe "Lava Jato" relata supostos atos de corrupção em diversos projetos executados pela empresa Odebrecht e por outras construtoras brasileiras com suas consorciadas peruanas.
Os mandatarios incluídos no relatório - Toledo (2001-2006), Humala (2011-2016) e Kuczynski (2016-2018), que renunciou em março - teriam cometido os crime de negociação incompatível ou uso indevido do cargo, conluio e lavagem de dinheiro.
O documento incrimina as pessoas que participaram dos supostos esquemas de subornos e presentes que as autoridades receberam em conexão com concessões, obras e projetos licitados para Odebrecht, Camargo Correa, OAS e outros.
Segundo o documento, eles geraram prejuízo de 15 bilhões de soles (cerca de 4,4 milhões de dólares) para o Estado peruano.
Depois de uma votação, o Congresso decidiu não incluir o ex-presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011) e Keiko Fujimori, líderes da Fuerza Popular, denunciados por supostas ligações com empresas brasileiras, apesar de terem sido investigados pela Procuradoria Geral.
O presidente do Congresso, Daniel Salaverry, anunciou que o relatório será enviado nos próximos dias ao Ministério Público e à comissão de Acusações Constitucionais.
A decisão do Congresso peruano de realizar uma ampla investigação foi uma resposta às denúncias jornalísticas, baseadas em informações vindas do Brasil, que revelam que algumas das empresas brasileiras envolvidas no caso de corrupção na Petrobras também foram acusadas de pagar propinas para poder realizar e executar obras no Peru.
O Peru é um dos países mais afetados pelo esquema de de corrupção da Odebrecht.
* AFP