Centenas de membros dos Capacetes Brancos, uma organização de socorristas em zonas rebeldes sírias, foram evacuados para a Jordânia via Israel.
Segundo a rádio militar israelense, que anunciou a evacuação, trata-se de um grupo de 800 pessoas que inclui os Capacetes Brancos e seus familiares.
Todos eles estavam sob ameaça pelo avanço das tropas do regime de Bashar Al Asad no sul da Síria, informou a rádio, explicando que a operação foi realizada a pedido dos Estados Unidos e de países europeus.
A Jordânia disse, por sua parte, que os sírios seriam levados para o Canadá, Alemanha e Grã-Bretanha.
"Por causa do risco que suas vidas correm, a Jordânia aceitou recebê-los por razões puramente humanitárias", afirmou, em um comunicado, o porta-voz do ministério jordaniano de Relações Exteriores, Mohammed Al Kayed.
Os Capacetes Brancos são organização especializada, entre outras coisas, na evacuação de pessoas entre os escombros dos prédios destruídos pelo exército sírio ou aviação russa.
O chefe dos Capacetes Brancos, Raed Saleh, confirmou à AFP que um certo número de voluntários foram evacuados por razões humanitárias, já que se encontravam cercados em uma região do sul da Síria e agora se encontra na Jordânia.
O exército israelense confirmou a evacuação dos Capacetes brancos para um país vizinho e recordou que esta ação não muda sua política de de não acolher refugiados sírios em seu território.
- Ofensiva -
Depois de sua ofensiva militar iniciada em 19 de junho, o exército controla 90% da província de Quneitra, próxima à fronteira com Jordânia das Colinas de Golã, além de 80% do território da região de Deraa, segundo o Observatóro Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os integrantes desta organização ficaram presos nas províncias de Quneitra e Deraa, no sul do país, explicou, e se encontravam em perigo pelas reiteradas ameaças da Rússia e do regime sírio.
O chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, e o ministro do Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, asseguraram que os Capacetes Brancos foram alvo de ataques.
"Consideramos que os voluntários precisavam de proteção imediata", explicaram em um comunicado conjunto.
Em Berlim, uma fonte diplomática alemã confirmou à AFP que a "Alemanha participará junto a outros sócios internacionais da acolhida dos Capacetes Brancos".
"O Canadá, em estreita colaboração com o Reino Unido e a Alemanha, faz um esforço em nível internacional para garantir a segurança dos Capacetes Brancos e suas famílias", declarou, por sua parte, a chanceler canadense.
Com seu trabalho voluntários, os Capacetes Brancos, acusados de jihadismo pela Rússia e o regime sírio, se tornaram famosos graças aos vídeos nas redes sociais nos quais aparecem resgatando sobreviventes, especialmente crianças, em lugares devastados por bombardeios.
* AFP