O secretário americano de Comércio, Wilbur Ross, que negocia com os parceiros comerciais dos Estados Unidos, ainda mantém laços com empresas estatais chinesas, revelou nesta segunda-feira a revista Forbes, denunciando um potencial conflito de interesses.
Ross, um antigo banqueiro e investidor, tecnicamente retirou seus investimentos em empresas, incluindo as chinesas, quando chegou ao departamento de Comércio, mas tais posições foram transferidas para membros de sua família, denuncia a revista baseada em documentos do Bureau Federal encarregado de questões éticas.
A Forbes reconhece que as transferências não são ilegais, mas Ross teria mentido ao declarar, em novembro de 2017, o fim de todos os seus investimentos, quando ainda possuía 10 milhões de dólares em ações da Invesco.
"O secretário continua seguindo as diretrizes dos funcionários de ética do departamento do Comércio para garantir o cumprimento das leis e dos regulamentos federais", respondeu o departamento em um comunicado, acompanhado de dois documentos publicados nesta segunda-feira pelo Bureau Federal.
O departamento de Comércio informou à AFP que o organismo, junto com responsáveis do Bureau de Ética Governamental, certificou que as transações estão dentro da lei.
Segundo a Forbes, Ross manteve 31% da Navigator Holdings, empresa de transporte marítimo que tem entre seus clientes a companhia russa de gás e produtos petroquímicos Sibur.
Entre os proprietários da Sibur está Guennadi Timtchenko, homem ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, e que foi sancionado pelo Tesouro americano após a anexação russa da Crimeia, segundo o jornal New York Times.
* AFP