Após a Rússia comunicar que irá derrubar qualquer míssil americano que seja lançado em direção à Síria, o presidente americano, Donald Trump usou o Twitter para dizer que era para o país "se preparar" para os ataques, porque o mísseis "virão".
"A Rússia promete derrubar todos e quaisquer mísseis lançados contra a Síria. Prepare-se, Rússia, porque eles virão, bons e novos e "inteligentes"! Você não deve ser parceiro de um Animal Matador com Gás que mata seu povo!", escreveu na rede social
Na sequência, Trump seguiu dirigindo mensagens ameaçadoras ao país, dizendo que esta a relação entre os países é a pior de todos os tempos, incluindo a Guerra Fria.
"Nosso relacionamento com a Rússia é pior agora do que nunca, e isso inclui a Guerra Fria. Não há razão para isso. A Rússia precisa de nós para ajudar com sua economia, algo que seria muito fácil de fazer, e precisamos que todas as nações trabalhem juntas. Parar a corrida armamentista?"
As trocas de acusações começaram após um suposto ataque químico no último sábado (7), na região de Damasco e o bombardeio à uma base militar no domingo. Síria e Rússia acusam Israel de ter lançado os mísseis que mataram 14 militares. Já no Twitter, Trump responsabiliza Síria, Rússia e Irã pelos ataques de domingo. Na ocasião, o presidente americano disse que os responsáveis "pagarão um alto preço pelo ataque.
Em resposta aos tuítes de Trump, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, afirmou que os mísseis americanos devem ser dirigidos contra os "terroristas", e não contra o governo sírio. "Os mísseis inteligentes devem voar na direção dos terroristas e não do governo legítimo sírio, que luta há vários anos contra o terrorismo internacional em seu território", declarou Zakharova no Facebook.
A Rússia também insinuou que os ataques americanos contra o regime de Damasco podem servir para "apagar os vestígios das provocações" que os ocidentais denunciam como um ataque químico no reduto rebelde de Duma. "A ideia seria apagar rapidamente os vestígios das provocações mediante o lançamento de mísseis inteligentes e assim os investigadores não teriam nada a achar como provas", sugeriu Zakharova.
Igualmente desaconselhou qualquer ação na Síria que possa "desestabilizar a já frágil situação da região", após as ameaças das potências ocidentais de bombardear alvos sírios em resposta a um suposto ataque químico do regime de Damasco.
"Como antes, esperamos que todas as partes evitem qualquer ação, que em nenhum caso seria justificável e que poderia desestabilizar a já frágil situação da região", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. "A situação atual é muito tensa", completou Peskov.
Tensão na Síria
As potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, ameaçam com uma resposta militar iminente contra o regime de Bashar al-Assad após um suposto ataque químico contra a cidade rebelde de Duma. O governo sírio, assim como a Rússia, nega um ataque químico.
Na terça-feira, Rússia vetou no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução dos Estados Unidos que pretendia criar um mecanismo de investigação independente sobre o recurso de armas químicas na Síria.
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou por falta de votos um projeto de resolução russo que pretendia apoiar uma investigação da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) na cidade síria de Duma.