O governo da Venezuela e a oposição fracassaram em sua tentativa de acordar uma data para as eleições presidenciais em um diálogo em Santo Domingo, anunciou nesta quarta-feira (7) o presidente dominicano, Danilo Medina, que indicou que o processo entra em um "recesso indefinido".
"Infelizmente desta vez não pudemos chegar a um acordo, mas temos a esperança de que as partes possam se encontrar em Caracas e produzir de novo aproximações que permitam se sentar e emitir um documento definitivo", declarou à imprensa Medina, após se reunir com o delegados da oposição venezuelana.
O presidente dominicano assegurou que as partes acordaram na terça-feira que a eleição, na qual o presidente Nicolás Maduro aspirará a um segundo mandato, será realizada em 22 de abril, após uma negociação em que o governo pedia que fosse 8 de março e a oposição 10 de junho.
Mas os delegados da oposição apresentaram, nesta quarta-feira, observações sobre o texto, que não foram detalhadas, enquanto Maduro disse "que só assinará o documento" que estava sobre a mesa na terça-feira, acrescentou Medina.
"O diálogo entra aqui em uma espécie de recesso indefinido", acrescentou Medina, junto com o ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, facilitador do diálogo.
Segundo o presidente dominicano, apesar de não ter havido acordo, tanto o governo quanto a oposição comunicaram seu desejo de manter aberta a "porta para o diálogo".
"Não foi possível chegar a esse acordo, mas a República Dominicana continua aberta para o momento em que as partes possam se encontrar de novo", ressaltou.
Entre suas petições durante o processo, a oposição demandou a habilitação de partidos políticos que foram excluídos recentemente das eleições e a libertação de "pessoas detidas", segundo Medina.
"Para o governo se chegou, verbalmente, a um acordo nesses dois pontos, sob a mediação de Rodríguez Zapatero", disse Medina.
As eleições presidenciais foram antecipadas pela Assembleia Nacional Constituinte para antes de 30 de abril - sem data definida -, desconcertando uma oposição debilitada e dividida, que ainda não decidiu se irá a primárias ou se escolherá por consenso um candidato único.
* AFP