Uma das duas suspeitas julgadas na Malásia pelo assassinato de Kim Jong-Nam, o meio-irmão do líder da Coreia do Norte, reuniu-se com um agente norte-coreano um mês antes do crime, indicou nesta terça-feira um advogado durante o julgamento.
A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Thi Huong comparecem há quatro meses perante o Tribunal Superior de Shah Alam, distrito nos arredores de Kuala Lumpur, perto do aeroporto internacional onde Kim Jong-Nam foi morto em 13 de fevereiro de 2017.
O advogado de Siti afirmou que sua cliente havia sido apresentada a um homem chamado James - mais tarde identificado como Ri Ji-U - em um shopping na capital Kuala Lumpur em 5 de janeiro de 2017, cinco meses antes do homicídio.
Ri Ji-U recrutou-a para uma suposta pegadinha com "câmera escondida" que acabou por ser um complô planejado por agentes norte-coreanos que buscavam duas mulheres para cometer assassinato, explicou o advogado.
Nas imagens das câmeras de vigilância do aeroporto, as duas mulheres são vistas aproximando-se de Kim por trás, antes de pulverizarem em seu rosto um produto líquido, um agente neurotóxico VX altamente letal. Elas podem ser condenadas à morte.
As jovens foram presas logo após o crime e se declararam inocentes na abertura do julgamento em 2 de outubro. Elas disseram que foram enganadas e que pensavam que estavam participando de uma pegadinha para a televisão.
A polícia da Malásia indicou durante a investigação que quatro suspeitos norte-coreanos fugiram do país no dia do assassinato de Kim Jong-Nam, um crítico do regime de Kim Jong-Un.
* AFP