A chanceler alemã Angela Merkel entrará nesta sexta-feira na fase final das negociações para formar um governo, após meses de conversas difíceis que enfraqueceram sua imagem, tanto na Alemanha como no exterior.
Os social-democratas aceitaram no domingo negociar um acordo detalhado para formar uma nova "grande coalizão" com os conservadores de Merkel.
Caso as conversas tenham um final positivo, Merkel poderá iniciar o quarto mandato à frente da maior potência econômica europeia.
A chanceler expressou o desejo de concluir as negociações até 11 de fevereiro. Mas as divergências que persistem entre os social-democratas e os conservadores, assim como as profundas divisões dentro do SPD a respeito da repetição da aliança com o partido da chanceler, podem prolongar os debates.
A impaciência começa a ser percebida no país.
"Sentimos que a população na Alemanha espera agora, mais de quatro meses depois das eleições legislativas, a instauração de um novo governo", declarou esta semana o presidente Frank-Walter Steinmeier.
As últimas eleições, marcadas pelo avanço da extrema-direita e o retrocesso dos grandes partidos tradicionais, impediram uma maioria clara na Câmara Baixa do Parlamento e deixaram um país em uma situação de bloqueio inédita.
Merkel, que não conseguiu formar um governo entre conservadores, liberais e ecologistas em novembro, não pode fracassar novamente com os social-democratas.
Obrigada a dirigir um governo "protocolar" desde outubro, a chanceler reconheceu na quarta-feira no Fórum de Davos que a ausência de "Executivo estável" a deixava sem meios de ação.
Ela disse que "um país que deseja contribuir para moldar a globalização deveria poder atuar as 24 horas do dia".
A chanceler, que há poucos meses era considerada a governante mais poderosa da Europa, e até do mundo segundo parte da imprensa americana, perdeu parte de sua aura por culpa de seus problemas internos.
Outro presidente ocupa há alguns meses o espaço de Merkel, o francês Emmanuel Macron, de acordo com a revista alemã Der Spiegel.
Para o jornal americano The New York Times, o presidente francês reivindica agora a posição de "líder do mundo livre".
* AFP