
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, fará um pronunciamento em rede nacional e decretará três dias de luto no país pelo desaparecimento do submarino ARA San Juan e de seus 44 tripulantes no Atlântico Sul. A informação foi divulgada pelo jornal Clarín neste domingo (3). O último contato do submarino foi em 15 de novembro, quando navegava pelo Atlântico Sul a 450 quilômetros da costa. Na última quinta-feira foram encerradas as buscas por sobreviventes.
O pronunciamento de Macri, que ainda não tem horário definido, deverá acontecer por meio de um vídeo gravado. A mensagem será transmitida pela televisão e pelos canais do governo em redes sociais. Ainda é analisada a possível realização de uma cerimônia em alto mar em homenagem aos tripulantes.
O porta-voz da Marinha de Guerra, Enrique Balbi, disse ainda ao Clarín que a corporação explora indícios a 700 e a 950 metros de profundidade, depois de descartar no sábado que uma estrutura com dimensões parecidas com as do submarino encontrada a 477 metros de profundidade fosse o ARA San Juan. Ele afirmou também que "o ambiente extremo, o tempo transcorrido e a falta de qualquer evidência impedem sustentar um cenário compatível com a vida humana".
A procura por sobreviventes foi encerrada na última quinta-feira, após duas semanas. No total, 28 navios, nove aeronaves e 4 mil homens participaram das operações de busca, que contaram com o apoio de 18 países, segundo o comunicado da Marinha. Foram vasculhadas 557 mil milhas náuticas quadradas de exploração visual e 1.049.479 milhas náuticas quadradas de exploração por radar — não houve nenhum contato com o submarino.
O último contato da embarcação com a base em Mar del Plata ocorreu na manhã do dia 15 de novembro, quando navegava pelo Atlântico Sul, na altura do Golfo San Jorge, a 450 quilômetros da costa. Em sua última mensagem, o ARA San Juan informou que havia superado uma avaria nas baterias - reportada horas antes - provocada pela entrada de água pelo snorkel.
Três horas após a comunicação, um ruído similar a uma explosão ocorreu na mesma zona onde estava o submarino. O ARA San Juan havia zarpado no dia 11 de novembro, de Ushuaia (3.200 quilômetros ao sul de Buenos Aires) para regressar a Mar del Plata (400 quilômetros ao sul da capital argentina).
O submarino
Fabricado na Alemanha em 1983, o submarino de 65 metros foi incorporado à frota argentina em 1985. Em 2014, passou por manutenção e, segundo a Marinha, estava "totalmente operacional". O submarino era usado para o controle da pesca ilegal nas águas argentinas do Atlântico Sul, onde numerosos navios estrangeiros se aventuram com frequência. A Argentina tem outros dois submarinos: o San Luis, em reparos, e o Salta, atracado na base de Mar del Plata.