O príncipe Charles pediu, nesta quinta-feira (5), que se tomem "ações decisivas" para garantir a sobrevivência dos oceanos, sobretudo, contra a poluição causada pelo plástico.
"Estamos realmente perto de chegar a um ponto, em que o peixe que a gente come, capturado no mar, contenha plástico", advertiu o príncipe de Gales, em uma conferência internacional sobre os oceanos organizada pela União Europeia (UE), em Malta.
Cerca de 8 milhões de toneladas de plástico terminam nos mares e oceanos a cada ano, lembrou o herdeiro da coroa britânica, garantindo que a solução passa pela economia circular, processo que permite limitar o desperdício e a poluição.
"Diante desses efeitos prejudiciais (...), é crucial operar a transição para uma economia circular", afirmou, explicando que isso permitiria "a recuperação, a reciclagem e o reuso do plástico de muitas outras substâncias, em vez de criá-las, usá-las e, na sequência, descartá-las".
O príncipe Charles destacou "a ferocidade sem precedentes dos recentes devastadores furacões", catástrofes que devem representar "o necessário sinal de alarme para (...) enfrentar as enormes ameaças que se acumulam em torno da mudança climática".
Ignorar essas ameaças equivaleria a "já não se considerar como membro de uma civilização racional e razoável", insistiu, falando na quarta edição dessa conferência sobre os oceanos.
Nesse sentido, o bloco europeu anunciou "36 ações concretas para conseguir mares mais saudáveis, limpos e seguros". Esses compromissos implicam "contribuições de mais de 550 milhões de euros", de acordo com nota divulgada pela Comissão Europeia.
Entre as ações previstas, estão a luta contra a pirataria no sudeste da África e no oceano Índico, medidas para reduzir os plásticos descartados no meio ambiente e centros de cooperação em matéria de tecnologia marítima em cinco regiões, incluindo América Latina.
* AFP