O presidente executivo da Samsung Electronics anunciou, nesta sexta-feira (13), que deixará o cargo, em um momento de grande crise da empresa após o escândalo que terminou com o herdeiro do império na prisão, apesar da expectativa de resultados recordes do grupo sul-coreano. Kwon Oh-Hyun, responsável pelo desempenho espetacular da empresa na área de semicondutores, disse que o grupo enfrenta uma "crise sem precedentes".
"Em um momento no qual enfrentamos uma crise sem precedentes, acredito que chegou o momento no qual empresa deve ter um novo começo, com um novo espírito e uma liderança jovem para responder melhor aos desafios intrínsecos da indústria de tecnológica", afirmou Kwon em um comunicado.
Com o anúncio, a empresa tenta deixar para trás o escândalo de subornos que sacudiu a Coreia do Sul e que terminou com o impeachment da presidente Park Geun-Hye, levando o herdeiro da Samsung, Lee Jae-Yong, a ser condenado a cinco anos de prisão.
Os resultados no ano passado foram afetados pelo fiasco das baterias do Galaxy Note 7, que explodiam por uma falha de design, o que provocou a retirada do produto do mercado.
Ao mesmo tempo, a empresa anunciou nesta sexta-feira que espera lucros operacionais recordes no terceiro trimestre, graças às crescentes vendas de semicondutores. A empresa indicou que os lucros operacionais no trimestre entre julho e setembro devem alcançar 14,5 trilhões de wons (12,8 bilhões de dólares), um máximo histórico que quase triplica o resultado do mesmo período em 2016. As vendas subiram 29,65% em ritmo anual.
A Samsung não anunciou de modo detalhado os resultados de cada unidade da empresa, mas analistas acreditam que o negócio dos semicondutores contribuiu em grande medida para o recorde.
"Felizmente a empresa está registrando os melhores resultados da história, mas isto é apenas fruto das decisões e dos investimentos feitos no passado", disse Kwon no seu texto.
O relatório definitivo sobre o desempenho será publicado até o fim do mês.
* AFP