A declaração de independência da Catalunha, assinada na terça-feira (10) pelo presidente regional Carles Puigdemont e pelos deputados independentistas, foi um "ato simbólico", afirmou nesta quarta-feira (11) o porta-voz do governo catalão.
O documento assinado constitui uma "República catalã como Estado independente e soberano", o que provocou grande confusão pouco depois de Puigdemont pedir, em um discurso no Parlamento regional, a suspensão da declaração de secessão para buscar diálogo com o governo espanhol.
— Assinamos que é nosso compromisso declarar a independência — disse o porta-voz Jordi Turull ao canal público catalão TV3. — A declaração de independência tem que ser feita pelo Parlamento da Catalunha, coisa que não aconteceu no debate de terça-feira — completou.
O governo espanhol, liderado pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy, afirmou que "não é admissível fazer uma declaração implícita de independência para depois deixá-la em suspenso" e se reuniu, nesta quarta-feira, em caráter de urgência, para estudar a resposta ao que considera um desafio.
— Estão examinando todas as opções — disse à AFP uma fonte governamental.
Entre as possibilidades que estão sobre a mesa para Madri está a suspensão da atual autonomia da região, de 7,5 milhões de habitantes e governada por uma maioria independentista, mas dividida sobre a autodeterminação.
Puigdemont, que havia prometido proclamar a independência da Catalunha depois de anunciar a vitória no referendo inconstitucional de 1º de outubro, optou por adiar a medida para tentar iniciar um diálogo com o governo espanhol, sem informar os termos da negociação.
Apesar de ter afirmado que o governo regional não impõe condições a Madri, o porta-voz regional Jordi Turull destacou que a princípio o diálogo deve ser "sobre a independência da Catalunha", sem mencionar nenhuma etapa prévia.