Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (19), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os chamados "Estados párias" representam uma ameaça à estabilidade de todo o mundo, começando por Coreia do Norte — a quem ameaçou "destruir totalmente" — e o Irã.
Enquanto o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, abriu os debates pedindo "um mundo sem armas nucleares" e uma "solução política" para a crise norte-coreana, o presidente americano atacou violentamente o "regime vicioso de Pyongyang".
— Os regimes párias não só apoiam o terror como também ameaçam outras nações e seu próprio povo — declarou Trump, diante de cerca de 130 chefes de Estado e de governo, em uma reunião dominada pela ameaça nuclear norte-coreana e o acordo de não-proliferação com o Irã.
— O Exército americano vai se tornar, em breve, mais forte do que nunca — advertiu, considerando que as nações soberanas e independentes devem ser a base da ordem mundial.
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— Nosso sucesso depende de uma coalizão de nações fortes e independentes que abracem sua soberania para promover segurança, prosperidade e paz, para cada um de nós e para o mundo — expressou o presidente, que defende uma visão unilateral do mundo.
Neste contexto, Trump ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte, um "regime vicioso e corrompido", caso as tensões atuais levem a um conflito com o eventual uso de armas nucleares.
— Os Estados Unidos têm grande poder e paciência, mas, se for forçado a se defender e defender seus aliados, não teremos outra opção do que a de destruir totalmente a Coreia do Norte. O "rocket man" está em uma missão suicida para si mesmo e para seu regime — afirmou, em referência ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Quanto ao Irã, Trump afirmou que o país é dirigido por uma "ditadura corrupta" e chamou o acordo nuclear concluído em 2015 com as grandes potências de uma "vergonha".
— O acordo com o Irã é uma das piores transações (...) Francamente, este acordo é uma vergonha para os Estados Unidos.
Em 15 de outubro, Trump deve se pronunciar no Congresso americano para dizer se considera que Teerã respeita seus compromissos, como indicado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
— É hora de o mundo inteiro se unir a nós para exigir que o governo iraniano pare de semear a morte e a destruição — declarou na tribuna da ONU, criticando as "atividades desestabilizadoras" de Teerã.
O republicano voltou a defender a sua política, afirmando que sempre colocará "os Estados Unidos em primeiro lugar". Quanto à América Latina, Trump se concentrou especialmente na Venezuela, onde denunciou a "situação inaceitável da ditadura socialista do presidente Nicolás Maduro".
— Não podemos ficar à margem e apenas olhar. Como vizinho e amigo responsável, devemos ter um objetivo: recuperar a liberdade, restaurar o país, retomar a democracia — declarou, afirmando estar pronto para "novas ações", sem dar mais detalhes.
A Venezuela já havia sido assunto central em um jantar de trabalho na segunda-feira (18) entre Trump e os presidentes do Brasil, Panamá e Colômbia, além da vice-presidente da Argentina.