A comunidade internacional, começando pelo presidente Donald Trump, que denunciou ações "muito hostis e perigosas para os Estados Unidos", condenou neste domingo (3) o novo teste nuclear da Coreia do Norte.
Aliado fundamental de Pyongyang, a China também expressou forte condenação, enquanto o presidente sul-coreano, Moon Jae-In, pediu "o castigo mais forte", com novas sanções da ONU, visando "isolar completamente a Coreia do Norte".
O Conselho de Segurança da ONU vai realizar uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir uma resposta internacional ao teste nuclear da Coreia do Norte. O secretário -geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, condenou o teste, que qualificou como um evento "profundamente desestabilizador".
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A tensão na península da Coreia subiu muito nas últimas semanas, com o teste da Coreia do Norte de um míssil balístico intercontinental e ameaças de lançar mísseis sobre a ilha de Guam, no Pacífico, às quais Trump respondeu prometendo "fogo e fúria".
"As palavras e as ações (da Coreia do Norte) continuam a ser muito hostis e perigosas para os Estados Unidos", escreveu Trump no Twitter.
Mais tarde, ele afirmou na rede social que estuda a possibilidade de encerrar "todo o comércio" com os países que tiverem negócios com Pyongyang.
Essa medida poderia ter forte impacto na China, o principal apoio econômico da Coreia do Norte, que é vista como o único país a ter verdadeira influência sobre o vizinho.
O secretário de Defesa americano, Jim Mattis, prometeu uma "resposta militar maciça" a qualquer ameaça da Coreia do Norte aos Estados Unidos, Guam ou seus aliados.
Ameaças sérias
Pequim, que está recebendo uma reunião das cinco nações integrantes dos Brics, também "condenou fortemente" o teste, que pôde ser sentido em várias cidades chinesas a centenas de quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte.
Mas o presidente Xi Jinping não falou sobre o assunto na abertura da cúpula dos Brics em Xiamen, com Brasil, Rússia, Índia e China.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a alegação de Pyongyang de uma bomba de hidrogênio bem sucedida era uma ameaça à paz regional, enquanto pediu à comunidade internacional que responda "de forma calma e equilibrada".
A crise "deve ser resolvida apenas por meios políticos e diplomáticos", disse ele num comunicado do Kremlin.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que um novo teste nuclear era "absolutamente inaceitável".
– Nossa capacidade de parar as ações irresponsáveis da Coreia do Norte que ameaçam a paz mundial depende da cooperação e solidariedade da comunidade internacional – acrescentou.
Nova dimensão da provocação
O presidente francês, Emmanuel Macron, também pediu à comunidade internacional que "reaja com a maior firmeza" e afirmou que o teste nuclear "viola a paz e a segurança".
Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, são favoráveis ao "fortalecimento" das sanções da União Europeia (UE) contra Pyongyang que, segundo o governo alemão, entrou em uma "nova dimensão" nas suas provocações.
Na Europa, a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, denunciou "uma provocação séria" e "inaceitável".
O secretário de Exteriores britânico, Boris Johnson, disse que os testes são "imprudentes", mas que "nenhuma das opções militares são boas".
– Nossa mensagem aos chineses é que achamos que há mais escopo para vocês, os chineses, botarem mais pressão econômica nos norte-coreanos – disse ele à Sky News.
Já o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou sua preocupação com "o caráter desestabilizador da atitude de Pyongyang, que ameaça a segurança regional e internacional".
A Coreia do Norte comemorou o teste, considerado um "sucesso perfeito".