Estava aparentemente tudo pronto no apartamento do oitavo andar do Chama MetapolisZ, prédio localizado no bairro de Ampliación Granada, na Cidade do México. Mochila de emergência abastecida com documentos, dinheiro, lanterna e rádio, e, na cabeça, todas as recomendações de segurança decoradas. No entanto, quando às 13h14min de terça-feira (19) o sinal de alerta de terremoto soou, o gerente de compras da Phillip Morris na capital mexicana, Diego Stein, 35 anos, só pensou em uma coisa:
— Correr. Foi o primeiro e único pensamento que me ocorreu na hora.
Segundo ele, três segundos — "ou menos" — depois do alerta, quando ele e a mulher, Andressa Eidt, 35 anos, estavam com a mochila e o chiuaua Gandalf em mãos, o chão começou a tremer.
— As coisas nas estantes começaram a cair, os móveis todos balançavam. Era difícil de se equilibrar. A sensação é de estar correndo em uma ponte pênsil, sustentada por cordas, que começa a chicotear. Cada passo é diferente, um vai mais fundo, o outro mais para o lado, sem controle — conta Stein.
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Quando chegavam aos últimos degraus da escada, menos de um minuto depois, o chão parou de tremer. Do lado de fora do prédio evacuado, todos se olhavam na expectativa de entender o que estava acontecendo.
— Teoricamente, estávamos todos bem preparados. Mas, psicologicamente, ninguém nunca está — afirma ele.
Morando na Cidade do México há pouco mais de um ano, foi o primeiro terremoto do gaúcho de Tuparendi no país. Há alguns anos, ele passou por um tremor na Argentina, mas que "não foi nem perto" do que viveu na terça. Já Andressa, que é natural de Santa Cruz do Sul, estava no México quando, há uma semana e meia, o país foi atingido por um tremor. No entanto, conforme ela, não foi tão sentido na capital quanto o de agora.
O abalo de 7,1 graus na escala Richter atingiu em cheio a Cidade do México, onde vivem 20 milhões de pessoas. Mais de 220 morreram e dezenas de prédios desabaram. Dentre os amigos de Stein, apenas um permanece fora de casa, porque seu prédio corre risco de desabar. Fora danos materiais, nenhum conhecido se feriu, "graças a Deus".
— Está todo mundo aqui ainda muito assustado, tentando processar o que aconteceu. A cidade está um caos — conta o gerente de compras.