A chanceler alemã, Angela Merkel, saudou nesta quinta-feira as propostas do presidente francês, Emmanuel Macron, para reformular a Europa, por ocasião de um jantar na Estônia com os dirigentes europeus.
"Existe um grande consenso entre Alemanha e França sobre o futuro da Europa. Naturalmente, devemos discutir todos os detalhes, mas estou convencida de que a Europa não pode parar aqui", declarou Merkel, antes de se reunir com Macron.
Os líderes tinham carta branca para abordar quaisquer assuntos durante este jantar de três horas no Palácio de Kadriorg de Tallinn, antiga residência de verão dos czares russos, mas as propostas para o Bloco lançadas na terça-feira passada por Macron dominaram o encontro.
Ao final do jantar, os dirigentes europeus reafirmaram sua "vontade forte e compartilhada de manter a unidade" da UE, especialmente após o trauma do Brexit, declarando-se "abertos a novas ideias" sobre a Europa, revelou uma fonte europeia.
Macron defende a criação de um governo econômico europeu, com um ministro e orçamento próprios, controlados por um Parlamento, assim como uma força de intervenção europeia a partir de 2020.
Merkel avaliou de "maneira positiva" os planos do presidente francês "para uma Defesa da Europa" e de gestão conjunta da política migratória.
As propostas de Macron também estão alinhadas com a visão do chefe do Executivo da comunidade, Jean-Claude Juncker, exceto a ideia de uma Europa com "várias velocidades" de integração.
Em seu discurso sobre o Estado da União, o luxemburguês defendeu no início de setembro um bloco cada vez mais unido.
- Brexit fora da discussão -
Após uma quarta rodada de negociações sobre o Brexit, que não conduziu a um progresso suficiente para avançar para uma nova etapa de discussões, de acordo com o negociador europeu Michel Barnier, a saída do Reino Unido ficou fora do menu.
Depois de se encontrar com May, Tusk, que coordena o trabalho dos líderes europeus, indicou que ainda era cedo para começar a discutir as futuras relações entre os dois lados do Canal da Mancha. Barnier ressaltou nesta quinta-feira que isso pode ocorrer em "várias semanas ou meses".
A presença dos líderes europeus nesta capital do Báltico acontece um dia depois de uma cúpula digital, uma área que a presidência pró-tempore do bloco exercida pela Estônia tornou sua principal prioridade.
E, sobre a mesa, estava novamente a proposta liderada pela França, com o apoio de outros nove países como Alemanha, Espanha e Itália, para tributar gigantes da internet como o Facebook com base em seu volume de negócios em cada país, em vez de calcular o imposto com base em seus benefícios.
Os impostos sobre as multinacionais estão no cerne do debate no mercado único europeu. Alguns países denunciam que empresas como Amazon, Apple ou Facebook evitam pagar impostos instalando-se em países da UE com baixos regimes fiscais, como a Irlanda ou o Luxemburgo.
* AFP