O juiz que lidera a investigação sobre os atentados na Catalunha manteve, nesta sexta-feira (1º), a prisão de dois homens, de 28 e 20 anos: um alugou a van utilizada no ataque a Barcelona e o outro sobreviveu à explosão de uma casa usada pelos jihadistas em Alcanar.
O magistrado Fernando Andreu "confirmou a prisão provisória de Driss Oukabir e Mohamed Houli Chemlal pela suposta participação nos atentados da Catalunha" de 17 e 18 de agosto, que deixaram 16 mortos, informou a Audiência Nacional, tribunal especializado em casos de terrorismo, em um comunicado.
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Driss Oukabir, um marroquino de 28 anos que cresceu na Catalunha, é o irmão mais velho de Moussa, 17 anos, um dos cinco jovens mortos pela polícia durante o ataque no balneário de Cambrils (Catalunha) em 18 de agosto.
O juiz acredita que Driss Oukabir estava "plenamente consciente da radicalização jihadista sofrida por seu irmão mais novo".
Diante do magistrado, "Driss Oukabir reconheceu que seu irmão havia aumentado o número de orações, reprovando-o por não frequentar apenas muçulmanos, e procurou esconder sua radicalização de potenciais investigadores policiais, evitando a primeira oração do dia", pois ele acreditava estar sob vigilância, de acordo com a Audiência Nacional.
Driss Oukabir também "reconheceu que seu irmão lhe havia dito que os muçulmanos deveriam fazer a jihad, uma jihad que envolve guerra".
Ele não conseguiu negar que tinha alugado a van usada para cometer o ataque na avenida Las Ramblas, em Barcelona. No entanto, em um primeiro momento, havia dito que seu irmão tinha pego seus documentos para alugar o veículo, antes de afirmar que estava fazendo um favor aos amigos de seu irmão para uma "mudança", sem poder especificar onde ela deveria acontecer.
De acordo com o comunicado, ele viajou 100 quilômetros para alugar o veículo, acompanhado daqueles que formariam o "núcleo duro" do grupo, inclusive o motorista de Las Ramblas, Younes Abouyaakoub, morto em 21 de agosto pela Polícia.
Mohamed Houli Chemlal – um espanhol nascido em 1996 no enclave espanhol de Melilla, no norte do Marrocos – também permanece preso. Ele foi detido depois de ter sido ferido na explosão de uma casa na Catalunha em 16 de agosto.
Após ser detido, revelou aos investigadores que os membros da célula – inspirada em um marroquino também morto na explosão – preparava neste imóvel ataques a bomba contra monumentos.
De acordo com o juiz, esses dois jovens marroquinos indiciados por preparação de "atentados terroristas" poderiam – se julgados – ser condenados a penas máximas, ou seja, de prisão perpétua.
Nesta sexta, as autoridades da Catalunha indicaram que 17 pessoas seguem hospitalizadas, de um total de mais de 120 feridos nos atentados. Nenhuma vítima se encontra em estado crítico.