Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai resgatar os mas de 30 brasileiros que estão na ilha de Saint Martin, no Caribe, na próxima terça-feira (12). Entre eles, estão a ginecologista gaúcha Mariana Fischer Costa, que está grávida de quatro meses, o marido Rafael Forno, carioca e auditor da Receita Federal, e a filha Giovanna, de três anos, cuja família não tinha contato desde a última quinta-feira (7), após a passagem do furacão Irma, que destrui a ilha caribenha.
Os parentes de Mariana, que moram em Caxias do Sul e Porto Alegre, foram avisados sobre o resgate pelo Itamaraty neste domingo (10) — depois de dias cobrando atuação do governo. Segundo Fernanda Fischar, a prima Mariana, o marido e a filha foram transferidos do Royal Palm Beach Resort, onde estavam hospedados, pois ele fora destruído pelo furacão. Quem avisou a família foi outro brasileiro. Conforme ele, a gaúcha está, agora, no Simpson Bay Beach Resort & Marina, também em Saint Martin.
— A gente só precisa, agora, avisar a eles (Mariana, Rafael e Giovanna) para que estejam na terça-feira no aeroporto, que um avião da FAB vai trazer eles de volta — conta, mais aliviada, a prima.
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Com relação à mensagem supostamente enviada por Mariana neste domingo, em que dizia que estava numa fila para embarcar a Porto Rico, Fernanda diz que isso não deve ocorrer, porque a família não tem visto americano. Com isso, as esperanças da família estão depositadas no resgate brasileiro previsto pata terça-feira:
— Finalmente! Estamos muito felizes — resume a anestesista.
A ilha de Saint Martin foi uma das mais atingidas pelo Irma e, segundo o Itamaraty, tem 32 brasileiros neste momento — sendo 30 deles no lado holandês e dois no lado francês.
De acordo com nota divulgada pelo governo neste domingo (10), há, ainda, 22 brasileiros na ilha de Tortola e 11 em Turcas e Caicos, que são territórios britânicos. No entanto, o aeroporto de Tortola não tem condições de aterrissagem após a passagem do furacão.
Por isso, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro está em contato com França, Países Baixos e Reino Unido para "averiguar se estaria sendo elaborado plano de socorro e evacuação dos nacionais nas respectivas ilhas, no intuito de verificar a possibilidade de inclusão de brasileiros naquelas operações".
As três ilhas não têm rede de atendimento consular brasileiro, por isso, as tratativas estão sendo feitas pelas embaixadas na Europa. Apesar disso, o Itamaraty informa que montou um núcleo de atendimento emergencial em Brasília e uma rede de comunicação em tempo real com os postos consulares nestes países para reunir as informações sobre brasileiros afetados pela catástrofe.
"Até o momento, o núcleo de atendimento e os postos no exterior já receberam centenas de ligações e mensagens de brasileiros que se encontram nas regiões afetadas e de seus familiares e amigos. Graças a esta rede de contatos, vêm sendo superadas as dificuldades de comunicação causadas pela interrupção das linhas em algumas regiões e, sobretudo, pela inexistência de postos da rede consular brasileira, de carreira ou honorários, nas três ilhas", acrescenta a nota.
Danos e mortes
Em sua passagem pelo Caribe, o furacão Irma deixou pelo menos 28 mortos, além de mais quatro em sua chegada à Flórida neste domingo (10). No entanto, as perdas humanas podem ser maiores, uma vez que os países atingidos estão em grande parte sem comunicação, o que pode ter provocado a subnotificação das mortes.
Antes de chegar aos Estados Unidos e perder força, o Irma passou por Cuba ontem deixando inundações severas em Havana e Varadero, informou a Agência EFE. Ainda segundo a EFE, em Porto Rico, onde o furacão passou há três dias, 66% do serviço de fornecimento de energia já foi restabelecido.