O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta sexta-feira (11), que não descarta "uma possível opção militar" na Venezuela, imersa em uma crise política e econômica.
– Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se for necessário – disse o presidente em seu clube de golfe em Nova Jersey, onde passa as férias.
Trump lembrou que a Venezuela é "vizinha" dos Estados Unidos e disse que "certamente" Washington poderia optar por uma operação militar para resolver a situação no país sul-americano, onde quatro meses de protestos contra o presidente Nicolás Maduro resultaram em violentos distúrbios, que deixaram pelo menos 125 mortos.
– Temos tropas no mundo todo em lugares muito distantes. A Venezuela não fica longe e as pessoas estão sofrendo e morrendo – disse a jornalistas.
Trump analisou a crise na Venezuela na última sexta-feira (4), ao se reunir com seu secretário de Estado, Rex Tillerson, e com a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
– A Venezuela é um desastre, é um desastre muito perigoso e uma situação muito triste – declarou Trump.
O Pentágono e o Comando Sul dos Estados Unidos ainda não comentaram as afirmações de Trump.
Os EUA não reconhecem a Assembleia Constituinte promovida pelo presidente Maduro, rejeitada pela oposição por considerá-la uma "fraude" que busca perpetuar o mandatário no poder.
As declarações de Trump acontecem dois dias depois de o Tesouro americano ter sancionado Adán Chávez, irmão do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), e outros sete funcionários venezuelanos por promoverem a Constituinte. O governo de Trump o sancionou no dia seguinte à eleição da Constituinte. Treze funcionários do governo e ex-colaboradores foram acusados de romper a ordem democrática, de corrupção e de violação dos direitos humanos.
A Constituinte instalada no último final de semana regirá o país com poderes absolutos por pelo menos dois anos.