A Procuradoria Geral do México informou no domingo que levará "até as últimas consequências" a investigação sobre os envolvidos no país no esquema de corrupção da empreiteira brasileira Odebrecht, um caso que inclui altos executivos da gigantesca petroleira estatal Pemex.
O jornal O Globo publicou no domingo uma nota que aponta o mexicano Emilio Lozoya, ex-diretor da Petróleos Mexicanos, como receptor de subornos de 10 milhões de dólares em troca do favorecimento a Odebrecht em uma licitação, de acordo com depoimentos de executivos da empresa à justiça brasileira.
As empresas brasileiras Odebrecht e Braskem se declararam culpadas em dezembro, em um tribunal federal de Nova York, pelo pagamento de subornos a funcionários de governos de vários países, recordou a PGR em um comunicado.
No caso do México, os pagamentos foram direcionados a funcionários da Pemex no valor de 10,5 milhões dólares, entre 2010 e 2014.
A Procuradoria mexicana explicou que em sua investigação constam as declarações de 10 servidores públicos e nove ex-funcionários da Pemex que atuaram na concessão de três contratos de obras públicas ao conglomerado brasileiro.
"Também ouvimos os depoimentos de três diretores da empresa, incluindo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa", completou a PGR.
A justiça mexicana informou que está em contato com as autoridades do Brasil para receber informações da empresa.
A PGR revelou ainda que rejeitou um acordo reparatório oferecido por representantes das empresas brasileiras e completou que "sob nenhuma circunstância isto inibirá a punição administrativa e penal dos ex-funcionários e/ou funcionários públicos envolvidos".
* AFP