O Catar, isolado por seus vizinhos por seu suposto apoio aos extremistas islâmicos e sua aproximação com o Irã, entregou nesta segunda-feira ao Kuwait sua resposta oficial à lista de 13 exigências formuladas pela Arábia Saudita e seus aliados para resolver a crise regional.
A resposta foi entregue ao emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad Al-Sabah, pelo ministro das Relações Exteriores do Catar, xeque Mohamed bin Abdulrahman Al-Thani, que faz uma curta visita ao Kuwait. Este país atua como mediador na crise diplomática da região.
Por esta razão, a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito aceitaram prolongar por 48 horas o ultimato de dez dias, que expirou a meia-noite.
Na quarta-feira, os ministros das Relações Exteriores dos quatro países se reunirão no Cairo para discutir e decidir os "mecanismos a serem adotados posteriormente", segundo as autoridades egípcias.
Os advogados internacionais contratados pelo Catar anunciaram em um comunicado que as medidas adotadas contra seu clilente pela Arábia Saudita e seus aliados são atos de um tipo que "historicamente levaram a guerras".
Doha havia rejeitado de forma implícita a lista de exigências de seus adversários árabes - exigindo entre outras coisas o fechamento do canal de televisão Al Jazeera, a redução das relações com Teerã e o fechamento de uma base militar turca - ao considerar que atentam contra sua soberania nacional.
"A lista de pedidos foi feita para ser rejeitada", declarou o ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohamed ben Abderrahman al Thani, no sábado em Roma.
O presidente americano Donald Trump, que já criticou o Catar, reiterou no domingo "a importância de deter o financiamento do terrorismo", objetivo que considera "primordial", e de "desacreditar a ideologia extremista", após conversas por telefone em separado com o rei da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro dos Emirados e com o emir do Catar, segundo um comunicado da Casa Branca.
Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Egito romperam em 5 de junho suas relações diplomáticas com o Catar, acusando o país de apoiar "o terrorismo" e de se aproximar do Irã, rival de Riad.
Doha nega essas acusações e afirma que ninguém tem direito a ditar sua política exterior.
"Todo mundo é consciente de que esses pedidos aspiram a usurpar a soberania do Estado do Catar", afirmou Al Thani na capital italiana.
Na disputa iniciada no mês passado, os rivais do país desejam que Doha acate o consenso regional sobre questões delicadas como o apoio aos islamitas e as relações com o Irã.
O pequeno emirado, rico em gás e com grandes ambições, sempre foi independente em sua política externa, apesar de integrar o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
* AFP