O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que perguntou ao ex-diretor do FBI James Comey, exonerado na terça (9), se havia uma investigação em andamento contra ele pela suposta relação entre o republicano e a Rússia, suspeita de interferir na eleição norte-americana em 2016. As conversas entre Trump e Comey teriam ocorrido em duas conversas por telefone, segundo o presidente.
– Eu perguntei: "Se for possível, pode me dizer se há uma investigação sobre mim?". Ele respondeu que não havia nenhuma investigação – disse Trump em entrevista à NBC, na quinta-feira (11).
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Donald Trump reconheceu que estava pensando nas acusações relacionadas à interferência da Rússia quando tomou a decisão de destituir Comey.
– De fato, quando me decidi, disse a mim mesmo: "este assunto com a Rússia, Trump e Rússia, é uma história inventada" – argumentou.
Trump afirma que conversou com Comey sobre o assunto pela primeira vez durante um "jantar muito agradável". Segundo o presidente, o ex-diretor "queria continuar sendo o chefe do FBI e eu lhe disse que pensaria sobre isso", conta Trump.
– E naquele dia me disse que eu não era alvo de investigação, algo que eu já sabia de qualquer maneira.
Bastidores
De acordo com o jornal The New York Times, Trump teria pedido a Comey uma promessa de lealdade em um jantar uma semana depois da chegada do republicano à Casa Branca.
Segundo o jornal, que cita dois sócios de Comey, ele se recusou a fazer a promessa, mas garantiu a Trump que era "honesto". O jornal não disse se o jantar é o mesmo que foi citado pelo presidente na entrevista à NBC.
A porta-voz da presidência, Sarah Huckabee Sanders, citada pelo jornal, refuta, no entanto, a versão e garante que Trump "nunca sugeriu que esperava lealdade a sua pessoa, mas para nosso país e seu grande povo".
O FBI investiga desde o último verão as ingerências russas na campanha presidencial dos Estados Unidos e sobre uma eventual coordenação entre membros da equipe de campanha de Trump e a Rússia.
Na terça-feira, Trump provocou um verdadeiro terremoto político ao demitir Comey alegando insatisfação pela forma como conduziu uma investigação sobre os e-mails de Hillary Clinton quando era secretária de Estado.
No entanto, Comey também era responsável por uma das várias investigações abertas sobre as supostas tentativas da Rússia de influenciar nas eleições presidenciais do ano passado.
*AFP