O presidente Vladimir Putin afirmou, nesta segunda-feira (15), que a Rússia "não tem absolutamente nada a ver" com o ciberataque que atingiu ao menos 150 países desde a sexta-feira. A declaração ocorre em meio às acusações contra hackers russos, suspeitos de interferir na eleição norte-americana, por ataques cibernéticos.
"A Rússia não tem absolutamente nada a ver com o vírus informático" que originou o ataque que infectou dezenas de milhares de computadores, da Rússia à Espanha, ou do México à Austrália, passando pela China, afirmou Putin em uma coletiva de imprensa em Pequim.
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Os Estados Unidos acusaram várias vezes a Rússia de ingerência na recente eleição presidencial norte-americana, e alegaram que hackers russos invadiram os e-mails da candidata democrata Hillary Clinton. As acusações foram firmemente desmentidas por Moscou.
– Sempre se busca culpados onde eles não estão – afirmou Putin, lembrando inclusive que, segundo a Microsoft, "os serviços especiais americanos eram a primeira fonte deste vírus".
A empresa Kaspersky afirmou que o programa maligno incriminado foi publicado em abril pelo grupo de hackers "Shadow Brokers", que afirma ter descoberto a falha informática em documentos roubados da NSA (Agência de Segurança Nacional americana).
– No ano passado, propusemos que nossos sócios americanos trabalhassem juntos sobre temas de cibersegurança, e inclusive fechassem acordos intergovernamentais apropriados a respeito, mas nossa proposta foi rejeitada – disse o presidente russo.
Agora que "nos damos conta que um gênio saído de sua lâmpada pode se revoltar contra seus genitores", "é necessário que o tema seja tratado imediatamente a um nível político sério", acrescentou Putin, sem dar mais detalhes.
*AFP