Um dia após a vitória nas urnas, o novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, tomou posse, nesta quarta-feira (10), e afirmou que está disposto a visitar Pyongyang. A declaração do mandatário ocorre em um momento de grande tensão na península coreana.
Aos 64 anos, Moon é um veterano defensor dos direitos humanos e já havia afirmado que é favorável a uma aproximação menos conflituosa com a Coreia do Norte, opinião contrária à postura rígida da ex-presidente destituída Park Geun-Hye.
Depois de vencer as eleições antecipadas – convocadas após o impeachment de Park, que é julgada por corrupção –, Moon fez o juramento solene de posse e afirmou que vai trabalhar pela paz na península.
– Se for necessário, vou viajar a Washington imediatamente – disse o político de centro-esquerda a respeito do aumento da tensão provocada pelo programa armamentista da Coreia do Norte. – Vou a Pequim, a Tóquio e a Pyongyang caso as circunstâncias sejam adequadas.
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Moon enfrenta uma delicada tarefa diplomática com a Coreia do Norte, que almeja produzir um míssil com capacidade de atacar os Estados Unidos e que tem Seul ao alcance de sua artilharia.
Paralelamente, Seul enfrenta uma disputa com Pequim a respeito da instalação de um escudo antimísseis americano, assim como divergências históricas com o Japão, ex-ocupante colonial.
O novo presidente nomeou Lee Nak-yon, ex-jornalista e quatro vezes deputado, como primeiro-ministro e Suh Hoon, principal articulador dos preparativos das reuniões de cúpula entre as Coreias de 2000 e 2007, como novo diretor do serviço secreto.
No âmbito interno, Moon enfrenta vários desafios, o principal deles as consequências do escândalo de corrupção que derrubou sua antecessora conservadora Geun-hye. Apesar da vitória eleitoral com folga, o país está profundamente dividido.
"Presidente de todos"
– Serei o presidente de todos os sul-coreanos – afirmou Moon, antes de prometer servir inclusive aqueles que não o apoiam. – Serei um presidente ao alcance do povo – prometeu.
O candidato do Partido Democrático, de centro-esquerda, recebeu 41,1% dos votos, o que representa quase 13,4 milhões de eleitores. Moon derrotou o candidato conservador Hong Joon-Pyo, que obteve 24,03% dos votos, e o centrista Ahn Cheol-Soo, com 21,4%.
Após uma cerimônia de posse simples, Moon saudou os partidários no caminho até a Casa Azul, sede da presidência sul-coreana. O chefe de Estado se reuniu com os principais parlamentares do Partido Liberdade da Coreia, que defendem uma linha dura com Pyongyang e que já acusaram Moon de querer "entregar todo o país ao Norte".
– Gostaria de mostrar às pessoas que todos estão avançando juntos – declarou Moon, destacando que escutará as opiniões da oposição nas questões de segurança.
*AFP