A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu nesta terça-feira, de modo surpreendente, a convocação de eleições legislativas antecipadas para 8 de junho, com o objetivo de enfrentar com mais força as negociações de saída da União Europeia (UE).
– Precisamos de uma eleição geral e precisamos agora – disse em Downing Street a primeira-ministra, que necessita da aprovação do Parlamento para convocar a eleição antecipada.
May, que até agora havia rejeitado os pedidos de seu partido para aproveitar a vantagem nas pesquisas e antecipar as eleições, disse que tomou a decisão com relutância, mas que ela era necessária para "garantir a liderança forte e segura que o país necessita" nos dois anos de negociações com Bruxelas.
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Theresa May era ministra do Interior e chegou a Downing Street após a renúncia de David Cameron, em junho de 2016, e graças a sua vitória em uma votação interna do Partido Conservador, mas sua liderança não havia sido referendada pelas urnas.
Sua popularidade supera com folga – até 20 pontos em algumas pesquisas – a do líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn.
Embora o Parlamento tenha a possibilidade de bloquear a convocação de eleições antecipadas, Corbyn deu a entender reiteradamente que não seria contrário à votação.
"Eu saúdo a decisão da primeira-ministra de dar ao povo britânico a oportunidade de votar por um governo que dê prioridade aos interesses da maioria", afirma Corbyn em um comunicado.
Caso o pleito seja confirmado, estas serão as segundas eleições gerais britânicas em dois anos, após a votação de maio de 2015, com o referendo sobre a saída da União Europeia (UE) no meio.
May iniciou formalmente o processo de saída da UE em 22 de março, nove meses depois do referendo. As negociações devem durar 24 meses para encerrar os 44 anos de relação entre o Reino Unido e a União Europeia.