A ex-ministra da Defesaespanhola, Carme Chacón (2008-2011), foi encontrada sem vida no domingo em sua residência em Madrid, aos 46 anos. A informação foi dada por um porta-voz do Partido Socialista (PSOE).
- Meus pêsames para a família, amigos e companheiros de Carme Chacón, grande política do Estado - declarou o presidente do governo da Espanha Mariano Rajoy em sua conta no Twitter, pouco depois do anúncio da notícia.
- Consternado pela inesperada morte da companheira Carme Chacón - escreveu também o ex-secretário do PSOE Pedro Sanchez, resumindo o sentimento de muitas personalidades políticas de todos os setores.
Carme tinha problemas cardíacos. Ela mesma havia declarado em uma entrevista que "todos os dias são um presente". A socialista espanhola chamou a atenção em 2007, quando, grávida de sete meses, assumiu a pasta da Defesa.
Foi a primeira mulher na história da Espanha a presidir a pasta da Defesa. Sorridente e determinada, também passou nove meses no Ministério da Habitação. Militante socialista desde os 18 anos, Carme nasceu em 13 de março de 1971, na Catalunha.
Descrita como uma mulher de confiança do ex-chefe de governo socialista Jose Luis Rodriguez Zapatero, ela era também, na época, uma das ministras mais jovens do gabinete, tendo 37 anos quando foi nomeada. Em 2004, ela foi eleita vice-presidente do Congresso dos Deputados. Em julho de 2007 foi nomeada ministra da Habitação por Zapatero. Carme Chacón "é um dos novos valores mais importantes do Partido Socialista", disse Zapatero na época.
- Minha mãe sempre me disse que ser mulher e de esquerda é a coisa mais difícil que pode acontecer - disse ela em uma entrevista em 2003.
Carme formou-se em Direito, estudou na Grã-Bretanha e no Canadá, e começou sua carreira política em sua cidade natal.
Em 2012, Carme concorreu como candidata para secretária-geral do PSOE, com Alfredo Perez Rubalcaba como rival, e perdeu por 22 votos.
Carme foi ainda professora de Direito Constitucional em Barcelona e observadora internacional para a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Bósnia e Albânia. Ela ocupou a secretaria das Relações Internacionais do Partido Socialista até sua renúncia, em 2016.