Após as revelações do jornal The Washington Post apontando contatos do secretário de Justiça, Jeff Sessions, com a diplomacia russa durante as eleições norte-americanas, uma nova polêmica atinge o governo de Donald Trump. De acordo com publicação do Indianapolis Star, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, utilizou uma conta privada de e-mail para tratar de questões de política geral quando ainda era governador de Indiana.
Os e-mails obtidos pelo jornal mostram que Pence utilizou uma conta privada – que a publicação afirma ter sido hackeada no ano passado – para discutir "assuntos sensíveis e questões de segurança interna".
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O Indianapolis Star, que obteve as mensagens de correio eletrônico após um pedido ao registro público, informa que o gabinete do vice-presidente confirmou que "Mike Pence manteve uma conta de e-mail do Estado e uma conta pessoal".
"Como governador, o senhor Pence cumpriu totalmente a lei de Indiana sobre o uso e a preservação do e-mail", rebateu o gabinete ao jornal.
Durante a campanha presidencial, Pence criticou a candidata democrata Hillary Clinton pelo uso de um servidor de e-mail privado para as comunicações oficiais, um escândalo que a seguiu até o fim da disputa.
Responsável pela publicação da reportagem, o jornalista Tony Cook disse ao canal CNN que o porta-voz de Pence "minimizou qualquer comparação com o uso de um servidor e um e-mail privado por parte de Hillary Clinton".
A lei de Indiana não proíbe que os ocupantes de cargos públicos utilizem o e-mail pessoal. No entanto, como regra geral, exige que as mensagens relacionadas a questões oficiais sejam arquivados com fins de informação pública.
O gabinete de Pence afirmou ao jornal que a campanha do ex-governador havia adotado medidas para permitir a transferência ao Estado das mensagens eletrônicas pessoais relativas a temas públicos.
Criticada por ter utilizado um servidor de e-mail privado quando era secretária de Estado, Hillary Clinton acusou o diretor do FBI James Comey de ter desempenhado um pequeno papel na derrota democrata, ao afirmar que a decisão da Polícia Federal americana de reabrir a investigação sobre os e-mails enviados quando ela era secretária de Estado prejudicou a candidata na corrida à Casa Branca.