O ex-primeiro-ministro Alain Juppé anunciou, nesta segunda-feira, que não será candidato à eleição presidencial francesa de abril-maio como possível alternativa ao conservador François Fillon, envolvido em um escândalo que pode provocar seu indiciamento.
– Confirmo, de uma vez por todas, que não serei candidato à presidência da República – afirmou Juppé, 71 anos, derrotado por Fillon nas primárias da direita organizadas em novembro.
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Juppé, atualmente prefeito de Bordeaux, primeiro-ministro entre 1995 e 1997 e que já ocupou diversas pastas ministeriais, era considerado uma alternativa à queda de Fillon nas pesquisas.
– Para mim, já está muito tarde – declarou, antes de explicar que não tem a capacidade para "unir" a direita e o centro "ao redor de um projeto".
Juppé é considerado mais moderado que Fillon, que propõe um programa socialmente conservador e economicamente liberal. Em sua declaração na prefeitura de Bordeaux, Juppé criticou, no entanto, a "obstinação" de Fillon em pretender continuar como candidato.
Fillon, de 63 anos, pode ser indiciado em um caso de empregos fantasmas que teriam beneficiado a esposa e dois de seus filhos, como assistentes parlamentares quando ele era deputado.
– Que desperdício – afirmou Juppé, ao avaliar que Fillon, que já foi considerado o grande favorito da eleição presidencial, tinha diante de si "uma avenida" aberta para chegar ao posto de chefe de Estado.
De acordo com as pesquisas mais recentes, Fillon seria eliminado no primeiro turno da eleição, em 23 de abril, ao ser superado pela candidata de extrema-direita Marine Le Pen e por Emmanuel Macron, ex-ministro do presidente socialista François Hollande, mas agora um candidato de centro.
Fillon, no entanto, conseguiu reunir milhares de simpatizantes no domingo em Paris, em uma manifestação de apoio à manutenção de sua candidatura.