A investigação sobre o assassinato do meio-irmão do líder norte-coreano pelas autoridades malaias não é imparcial, afirmou, nesta segunda-feira, o embaixador da Coreia do Norte expulso da Malásia, pouco antes de abandonar o país. Kim Jong-nam foi morto em Kuala Lumpur, no dia 13 de fevereiro.
Conforme o diplomata, as apurações estiveram "mal orientadas pela polícia malaia".
– Realizaram uma necropsia sem consentimento e sem a participação da embaixada da Coreia do Norte, e detiveram mais tarde um cidadão norte-coreano sem uma prova inquestionável de seu envolvimento no incidente – declarou Kang Chol no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
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O embaixador foi declarado persona non grata, no sábado, pelas autoridades malaias, depois de terem exigido que Pyongyang se desculpasse pelas críticas que colocavam em xeque a imparcialidade da investigação.
A Coreia do Norte rejeitou as conclusões da necropsia e insiste que a vítima morreu após um ataque cardíaco. As autoridades malaias deram, então, 48 horas para que Kang Chol abandonasse o país.
Investigação
O meio-irmão de Kim Jong-un, de 45 anos, esperava para embarcar em um voo rumo ao território chinês de Macau quando foi vítima de envenenamento. Imagens das câmeras de videovigilância mostraram duas mulheres se aproximando pelas costas de Kim Jong-nam, e uma delas lançando, aparentemente, algo em seu rosto. A vítima foi levada à clínica do aeroporto, mas faleceu durante a transferência ao hospital.
Segundo Kuala Lumpur, Kim Jong-nam foi envenenada com o agente neurotóxico VX, uma versão mais fatal do gás sarin, indolor, inodoro e tão tóxico que foi catalogado como arma de destruição em massa.
As duas mulheres afirmam que as enganaram e que acreditavam que participavam de uma brincadeira gravada em vídeo, uma pegadinha. A polícia malaia, no entanto, alega que elas sabiam o que faziam. Segundo as autoridades, Kim Jong-nam morreu rapidamente, em menos de 20 minutos, e seu falecimento foi provavelmente "muito doloroso".