A conferência de paz sobre o conflito entre israelenses e palestinos, prevista para o domingo, em Paris, soma-se a uma série de iniciativas internacionais desde os acordos de Oslo, em 1993, para tentar resolver o conflito.
Acordos de Oslo
Em 13 de setembro de 1993, após seis meses de negociações secretas em Oslo, Israel e a Organização de Libertação da Palestina (OLP) se reconhecem mutuamente e assinaram, em Washington, na presença do presidente Bill Clinton, uma "Declaração de Princípios" sobre uma autonomia palestina transitória de cinco anos.
A autonomia teve início em 4 de maio de 1994 com um acordo, no Cairo, prevendo a saída de Israel da Faixa de Gaza e Jericó (Cisjordânia). Em julho, o líder da OLP, Yasser Arafat retorna aos territórios palestinos após 27 anos de exílio e estabelece a Autoridade Palestina.
Em 28 de setembro de 1995, um novo acordo provisório (Oslo II) foi assinado em Washington sobre a extensão da autonomia na Cisjordânia. Em 4 de novembro, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, foi assassinado por um extremista judeu oposto ao processo de paz.
Acordos de Wye Plantation
Em 23 de outubro de 1998, Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concluem, em Maryland, nos Estados Unidos, um acordo provisório sobre os termos de uma retirada israelense de 13% da Cisjordânia. No entanto, Israel congela a evacuação dois meses mais tarde, após uma retirada de 2%.
Em 5 de setembro de 1999, o novo primeiro-ministro trabalhista Ehud Barak e Yasser Arafat assinam em Sharm El-Sheikh, no Egito, uma versão renegociada, prevendo um acordo final até setembro de 2000.
Cúpula de Camp David – Plano Clinton
De 11 a 25 de julho de 2000, na cúpula de Camp David, nos Estados Unidos, os dois lados chegam a um impasse sobre a questão de Jerusalém e os refugiados de 1948. No final de setembro, a controversa visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental desencadeou a segunda Intifada.
Em dezembro de 2000, o plano do presidente Clinton defende a criação de um Estado palestino em toda Faixa de Gaza e 95% da Cisjordânia. Em troca, os palestinos devem renunciar ao "direito de retorno" dos refugiados a Israel.
Iniciativa saudita
Em 28 de março de 2002, uma cúpula árabe, em Beirute, adota um plano saudita preconizando uma retirada israelense de todos os territórios ocupados desde 1967, incluindo as Colinas de Golã, em troca da normalização entre os países árabes e Israel.
Entretanto, o primeiro-ministro Ariel Sharon lançou uma grande ofensiva na Cisjordânia depois de atentados suicidas palestinos.
"Roteiro"
Em 30 de abril de 2003, o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia, ONU) apresenta um roteiro que prevê um Estado palestino até 2005 em troca do fim das violências da Intifada e um congelamento da colonização judaica.
Em 4 de junho, em Aqaba, na Jordânia, Israel e a Autoridade Palestina se comprometem a aplicá-lo diante do presidente americano George W. Bush.
Processo de Annapolis
Em novembro de 2007, perto de Washington, Israel e a Autoridade Palestina, que não controlam mais que a Cisjordânia após serem expulsos de Gaza pelo Hamas, tentam alcançar um acordo até o final de 2008.
Mas as negociações são seladas pela continuação da colonização judaica e a Autoridade Palestina se retira das negociações com a ofensiva israelense em Gaza no final de 2008.
Envolvimento de Kerry
Em 29 de julho de 2013, o secretário de Estado norte-americano John Kerry anuncia a retomada, por nove meses, de negociações diretas interrompidas há três anos.
No entanto, Israel suspende as discussões faltando uma semana para o fim após um anúncio de reconciliação entre o Fatah e o Hamas. O processo de paz estagnou desde então.
Resolução contra a colonização
Em 23 de dezembro de 2016, uma resolução condena pela primeira vez, desde 1979, a colonização israelense. A adoção foi possível pela decisão de Barack Obama de não impor o veto americano ao texto, mas de apenas abster-se.
Em 28 de dezembro, John Kerry defende a solução de dois Estados pela paz entre israelenses e palestinos.