Pelo menos 30 pessoas morreram e 80 ficaram feridas, nesta terça-feira, após um duplo atentado do Talibã próximo ao parlamento afegão em Cabul, segundo fontes da segurança.
– Uma das explosões foi causada por um homem-bomba que estava a pé e a outra por um carro-bomba – informou uma fonte de segurança.
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Os talibãs reivindicaram imediatamente o duplo atentado, realizado no horário de maior circulação no complexo legislativo. O porta-voz talibã Zabihullah Mujahid declarou que as explosões tinham como objetivo atingir um veículo pertencente à agência afegã de inteligência.
A maioria das vítimas são de civis e funcionários do parlamento. Uma fonte nos serviços de segurança afirmou que entre os mortos há "quatro policiais", membros dos serviços de inteligência. Setenta pessoas foram levadas para hospitais da capital, conforme o Ministério da Saúde.
Apesar do início do inverno no hemisfério norte, época em que normalmente as tensões diminuem no Afeganistão, os talibãs continuam com a sua campanha de ataques em todo o país, enquanto os esforços internacionais para iniciar negociações de paz fraquejam.
Um segurança ferido do parlamento, identificado como Zabi, disse à AFP que o primeiro ataque foi obra de um homem-bomba.
– Ele se aproximou a pé dos funcionários que deixavam o prédio e acionou a sua carga explosiva no meio da multidão – explicou. – A segunda explosão foi a de um carro-bomba, que estava estacionado do outro lado da rua e que me jogou para trás quando detonado – acrescentou.
O veículo em questão ficou completamente destruído, constatou um fotógrafo da AFP no local, que presenciou cenas de devastação: sapatos cobertos de sangue e escombros, um edifício em chamas.
Crescente presença estrangeira
Repetidas tentativas de lançar negociações com o Talibã fracassaram recentemente e as autoridades preveem novos confrontos violentos após o inverno.
Nesta terça-feira de manhã, um homem-bomba matou sete pessoas em Lashkar Gah, capital da província de Helmand, no sul do Afeganistão, segundo informou o chefe da polícia local.
Estes ataques fazem aumentar a preocupação com a crescente insegurança no Afeganistão, onde 10 mil soldados americanos ajudam as forças afegãs a combater os insurgentes do Talibã, bem como combatentes das organizações extremistas da Al-Qaeda e do Estado Islâmico.
O Afeganistão aplaudiu, na semana passada, a decisão do Pentágono de implantar mais de 300 marines em Helmand, onde as tropas dos Estados Unidos participaram em intensos combates até o final de sua missão em 2014.
Os marines americanos devem chegar a essa região produtora de ópio na próxima primavera para cooperar com uma missão da Otan no treinamento das forças afegãs. Esta ajuda é considerada como um sinal de que as forças estrangeiras estão voltando para o país a medida que o conflito se agrava.
O Afeganistão mereceu apenas uma breve menção na campanha presidencial acirrada entre Hillary Clinton e Donald Trump, embora a situação neste país dilacerado pela guerra seja um dos assuntos mais urgentes para o novo ocupante da Casa Branca.
O presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, forneceu poucos detalhes sobre a sua futura política externa e menos ainda sobre como pretende lidar com a guerra no Afeganistão.
*AFP