Líderes de algumas das outras 11 nações envolvidas na Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) disseram que esperam avançar com o acordo com ou sem os EUA. O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, disse nesta terça-feira que conversou recentemente com os primeiros-ministros do Japão, Cingapura e Nova Zelândia, todos membros da TPP, e que eles acreditam que o pacto poderia sobreviver sem os americanos.
– Perder os Estados Unidos da TPP é uma grande perda, não há dúvida sobre isso – disse Turnbull a repórteres.
Trump disse que favorecerá acordos individuais com outras nações em vez de pactos multinacionais como o TPP. Como esperado, na segunda-feira, o novo presidente abandonou oficialmente o acordo comercial em um de seus primeiros atos depois de tomar posse.
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Defensores da TPP dizem que o acordo define um "padrão ouro" para o comércio moderno, com rigorosos requisitos de propriedade intelectual, mão-de-obra e proteções ambientais. Um dos principais objetivos era combater a crescente influência da China, que não faz parte do pacto.
O problema dos Estados Unidos sobre o negócio é um revés para os outros líderes de países que fazem parte da TPP e que investiram capital político na luta para conseguir sua ratificação. Isso inclui o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que disse aos legisladores em um debate parlamentar que esperava obter o "entendimento" de Trump sobre a importância da TPP. Abe disse que espera se encontrar com Trump assim que possível. O Japão concluiu o processo de ratificação da TPP na semana passada, ciente que Trump planejava abandonar o acordo.
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, enfatizou nesta segunda-feira que, nas negociações comerciais e políticas que terá com o mandatário americano, Donald Trump, não haverá "nem confronto nem submissão". Peña Nieto disse que "diante da evidente dificuldade de materializar o Tratado de Associação Transpacífico (TPP), o México iniciará as negociações imediatamente" para conseguir acordos bilaterais com os outros países participantes, depois que Trump ordenou a saída dos Estados Unidos dessa parceria.
Membros restantes devem se reunir para dar prosseguimento ao TPP
Os outros 11 membros da TPP se reunirão para discutir os próximos passos, disse o ministro do Comércio da Malásia, Ong Ka Chuan.
– Doze países assinaram a TPP, mas agora um quer sair. Os outros 11 podem continuar fazendo mudanças nas cláusulas. Existem muitas possibilidades e esses 11 países ainda podem prosseguir – disse Chuan a agência de notícias Bernama.
Os outros membros da TPP são Canadá, México, Chile, Peru, Vietnã e Brunei. Analistas dizem que, em tese, a China poderia aderir ao pacto após a saída dos EUA. Mas isso exigiria uma renovação do negócio. Na sua forma atual, a TPP só pode entrar em vigor depois de ser ratificada por seis países que representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) combinado de seus membros. Os EUA representavam 60%.